PAN/Algarve preocupado com forma como dessalinizadora está a ser concebida

Partido reitera «posição contrária à implementação da Estação de Dessalinização de água do mar no concelho de Albufeira»

O PAN/Algarve está preocupado com a «forma» como a futura Estação de Dessalinização «está a ser concebida» e emitiu um «parecer de discordância» durante o período de consulta pública. 

Segundo o partido, este «posicionamento contrário não se baseia numa oposição à dessalinização em si, mas, sim, nas preocupações relacionadas com a forma como a estação está a ser concebida».

Num parecer anterior, apresentado à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), Agência Portuguesa de Ambiente (APA) e Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), o PAN propôs alternativas que considera «mais sustentáveis em termos de tecnologia para a futura central de dessalinização na região».

«Estas soluções incluíram a investigação de mecanismos de dessalinização offshore (fora de costa) através de processos mecânicos, e uma análise para o potencial aproveitamento dos subprodutos de salmoura como recurso mineral», diz o PAN.

«É lamentável observar que as entidades envolvidas neste processo, como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, a Agência Portuguesa de Ambiente e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, optaram por ignorar completamente as propostas construtivas que apresentamos», criticou Saúl Rosa, membro da comissão política do PAN Algarve.

«Apesar dos nossos esforços para sensibilizar estas entidades e promover um diálogo construtivo, para o debate de ideias de gestão ambiental que prevejam os desafios das alterações climáticas na região, as sugestões de adotar métodos mais sustentáveis, como o exemplo da dessalinização ‘offshore’, foram inexplicavelmente deixadas de lado. Exigimos uma abordagem mais inclusiva e atenta à gestão ambiental, instando as entidades responsáveis a reconsiderar a sua decisão e a levar a sério as preocupações levantadas pelo PAN Algarve e pelas associações ambientais. Assim sendo, reiteramos a nossa posição contrária a este projeto, através desta consulta pública e aguardaremos respostas», acrescentou Saúl Rosa.

O partido indica que, além desta posição, irá continuar a defender medidas mais sustentáveis na região, no que toca à gestão dos recursos hídricos e deixa o alerta de que «jogar dinheiro para cima dos problemas» não os fazem desaparecer.

Segundo o PAN, «os pontos mais preocupantes destacados no documento enviado à consulta pública referem-se ao uso de desinfetantes, como o Hidrocloreto de Sódio, nas torres de dessalinização. Além disso, a descarga de resíduos para o reservatório de salmoura e águas sujas, com ligação direta ao mar, e a falta de referência à mitigação dos impactos gerados pelos efluentes da estação foram apontados como pontos críticos».

O parecer, que resultou da análise da documentação exposta para consulta pública, «também alerta para as descargas de emergência dos reservatórios de água tratada, remineralizada, e água suja de lavagem dos filtros de calcite na ribeira de Quarteira».

«A preocupação com os subprodutos, incluindo lamas, salmoura e efluentes resultantes da lavagem química das membranas de osmose inversa, é destacada como um fator de preocupação elevada. Além desses pontos, o partido chama a atenção que , segundo o parecer não técnico na consulta pública, das 129 espécies faunísticas, 19 estão ameaçadas, reforçando a necessidade de proteção ambiental», conclui.

 



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