Teatro D. Maria “mais nacional que nunca” regressa a todo país em 2024 com 56 produções

“Mais do que uma simples programação temporária”, a Odisseia Nacional “tem sido um catalisador cultural”

Pedro Penim e Rui Catarino – Foto: Cátia Rodrigues | Sul Informação

Cinquenta e seis espetáculos, exposições, formações, incluindo iniciativas para escolas, constam da programação do Teatro Nacional D. Maria II para 2024, que voltará a ter Lisboa no seu cartaz, mas sem passar pelo edifício do Rossio.

“Um ano muito particular para o D. Maria II”, é como o presidente do conselho de administração do D. Maria II, Rui Catarino, define 2024, alegando que será um ano em que a instituição “refletirá sobre a sua missão com equipa e parceiros”, depois do trabalho por todo o território português em 2023, seguindo-se a dois anos de pandemia, com uma obra de remodelação em curso no edifício sede.

“Neste ano de continuação de Odisseia [Nacional] mas também de regresso da programação a Lisboa, preparamos a reabertura do histórico edifício do Rossio, e também a construção do que será um novo teatro, sem existência física, mas nem por isso menos tangível”, escreve Rui Catarino na abertura da programação do próximo ano.

Este novo teatro é o que a equipa quer “mais nacional que nunca”, com sede em Lisboa, mas “com presença permanente em todo o país, alicerçado em relações duradouras com autarquias, teatros municipais, estruturas artísticas, agrupamentos de escolas e outras forças culturais do país”, em articulação com “outras ferramentas de política cultural, como a Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses e o Plano Nacional das Artes”.

“Mais do que uma simples programação temporária”, a Odisseia Nacional “tem sido um catalisador cultural em territórios onde o acesso às práticas artísticas é limitado especialmente”, observou o diretor artístico do D. Maria II, sublinhando que o prolongamento da iniciativa em 2024 surgiu “como uma decisão natural”, mantendo-se os cinco programas da digressão e a exposição “Quem és tu?”.

A temporada 2024 começa a 11 de janeiro, com a conferência de abertura “Antecipar o futuro”, no município algarvio de Lagoa.

O primeiro espetáculo a apresentar na temporada 2024, que percorrerá 38 concelhos dos 98 abrangidos em 2023, é “A farsa de Inês Pereira”, de Pedro Penim, alicerçada em Gil Vicente, no dia 27 de janeiro, em Amarante.

Enquanto em 2023 a digressão Odisseia Nacional estava repartida por zonas e datas específicas, em 2024 assistir-se-á a uma maior dispersão geográfica das apresentações.

Assim, no primeiro trimestre de 2024, haverá iniciativas em Lagoa, Amarante, Barcelos, Braga, Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Lisboa, Vila Real, Bragança, Faro, Porto, Silves e Mirandela.

“Zoo strory”, de Edawrd Albee, “descobri-quê?”, uma criação de Cátia Pinheiro, José Nunes e Dori Nigro, e “Pérola sem rapariga”, de Djaimilia Pereira de Almeida, com intervenção do artista artista Kiluanji Kia Henda, são os espetáculos a representar naqueles municípios, onde decorrerão também formações.

O Festival Panos e os espetáculos “Batalha”, com texto de Sandro William Junqueira, “Casa portuguesa”, de Pedro Penim, “Pérola sem rapariga”, “Os idiotas”, de Miguel Castro Caldas, e “Terminal (O Estado do mundo)”, projeto da companhia Formiga Atómica, estão previstos para a programação do segundo trimestre de 2024.

Lisboa, Leiria, Caldas da Rainha, Grândola, Mértola, Pombal, Portalegre, Figueira da Foz, Torres Novas, Aveiro, Lamego, Porto, Loulé e Idanha-a-Nova são os municípios no roteiro do Nacional D. Maria, de abril a junho de 2024, enquanto em julho haverá espectáculos apenas em Lisboa.

A iniciativa “École des Maîtres”, a realizar em Coimbra em 19 de setembro, “Casa Portuguesa” e “Guião para um país possível”, criação do projeto Cassandra, de Sara Barros Leitão, constam da programação para setembro e outubro.

Coimbra, Pombal, Guimarães e Gafanha da Nazaré são os concelhos onde decorrerão iniciativas nestes dois meses.

Na agenda do último trimestre de 2024 estão os concelhos de Águeda, Alcanena, Paredes de Coura, Miranda do Corvo, Borba, Campo Maior, Ourique, Fundão, Coimbra, Portalegre, Faro, Carrazeda de Ansiães, Idanha-a-Nova, Faro, Montemor-o-Novo, Barcelos e Lisboa.

“Terminal (O Estado do Mundo)”, “Casa portuguesa”, “Guião para um país possível”, “As Castro”, de Raquel Castro, e as estreias associadas aos 50 anos de Abril, que também farão parte do ciclo “Abril Abriu” (“Luta armada”, de André Amálio e Tereza Havlícková, “25 de Abril de 1974”, de Jorge de Andrade, pela mala voadora, e “Quis saber quem sou”, de Pedro Penim), contam-se entre os espectáculos com datas e locais já marcados para o último trimestre de 2024.

“Falas estranhês?” “Onde é a guerra?”, dois projetos de de Inês Fonseca Santos e Maria João Cruz, e a Oficina de Teatro contam-se nos espectáculos e nas ações de formação para escolas a decorrer igualmente no último trimestre, em locais ainda a definir.

A quinta edição do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II, a edição de livros e a realização do Festival Internacional de Marionetas e Figuras Animadas (FIMFA), ainda a anunciar, constam também da programação do D. Maria II para 2024.

A programação do Nacional D. Maria II para 2024 foi apresentada hoje, em Lisboa, por Pedro Penim, diretor artístico, e Rui Catarino, o presidente do conselho de administração do teatro.
 



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