Crianças de Faro foram à Sé ouvir um dos órgãos mais antigos do país [com fotos]

O concerto pedagógico teve o objetivo de mostrar os sons do órgão para os finalistas do 4º ano

Foto: Cátia Rodrigues | Sul Informação

A Igreja da Sé recebeu, na quinta-feira, centenas de crianças do 4º ano das escolas  do concelho de Faro, para assistirem a um concerto pedagógico, no âmbito do Festival de Órgão do Algarve.

Para muitos foi a primeira vez, marcada pelo entusiasmo, alegria, animação, atenção e curiosidade de ver e ouvir «um dos mais antigos órgãos do país», que conta com 300 anos de história. Tudo acompanhado com peripécias de várias personagens, ao som do organista André Ferreira.

«Para mim. é sempre uma grande alegria tocar neste instrumento. É muito especial, não só na região do Algarve, creio que mesmo no nosso país, e o seu estado de conservação permite que essa aventura que é tocar neste órgão seja um passeio muito agradável. Por isso, sinto sempre grande entusiasmo quando tenho oportunidade de estar aqui», refere o músico.

Segundo André Ferreira, existe uma responsabilidade misturada com alegria ao participar neste festival. Por isso, considera importante  que o público descubra os diferentes sons que estes instrumentos são capazes de transmitir. Nos dias de hoje, os órgãos são raros e grande parte do público, sobretudo os mais jovens, desconhecem a sua sonoridade.

A ideia desta iniciativa é aproximar as crianças da música para órgão, dá-la a conhecer através dos concertos, uma preocupação que não havia nas primeiras edições do festival e que é um conceito que se pretende continuar para o futuro.

Para Paulo Silva, professor da escola EB 1 de Marchil, esta não é a sua estreia na audição de órgão, mas acha sempre interessante assistir a um concerto deste género, «porque é um instrumento fora do normal, a nível arquitetónico e de engenharia».

Carolina, António, Débora, David e Laura são alguns dos nomes das crianças que foram assistir ao concerto pedagógico pela primeira vez e consideraram muito interessante a peça, destacando-se o gosto pela música que acompanhava as personagens.

O organista André Ferreira defende que o Algarve necessita de um espaço próprio para aprender este tipo de instrumentos.

«Ainda falta uma próxima etapa no Algarve, um sítio onde se possa aprender a tocar órgão. Para fomentar o gosto, atividades destas são importantes. O fulcral é arranjar um sítio onde possam aprender», conclui.

 


Entrando na última semana do Festival de Órgão do Algarve, a Igreja de Santiago de Tavira recebe, no dia 24 de Novembro, Samuel Pinto apresenta um concerto de improvisação ao teclado, com temas litúrgicos e infantis.
Samuel Pinto frequentou os cursos de Música Sacra Católica e Órgão Pedagogia em Regensburg (Alemanha), onde concluiu, também, o mestrado em Órgão Performance.
Mais tarde concluiu o mestrado em ensino de música, variante órgão na Escola Superior de Música de Lisboa.No dia 25, a Sé de Faro será palco de um concerto de música improvisada e percorre, em seguida, compositores que fazem jus à história do Grande Órgão.
No domingo à tarde (26), será o concerto de encerramento. Maurice Clement irá destacar a grandiosidade do instrumento construído por Joaquim António Peres, na Igreja de Santiago de Tavira.
No final, o coro Jubilate Deo junta-se ao organista para apresentar o Stabat Mater de Rheinberger.Maurice Clement é organista residente na Filarmónica do Luxemburgo, é regularmente convidado como solista para festivais internacionais e já  gravou para as editoras Aeolus, Etcetera, Minuit Regards e Perfect Noise.
Todos os concertos são de entrada livre.

 

Fotos: Cátia Rodrigues | Sul Informação

 

 

Nota: A Cátia Rodrigues é finalista do Mestrado em Comunicação e Media Digitais da Universidade do Algarve e está a fazer o seu estágio curricular no Sul Informação.

 

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