Marcelo veio ao Algarve ver o exemplo no combate ao problema dos sem-abrigo

O apoio às pessoas em situação de sem abrigo tem sido uma das bandeiras de Marcelo Rebelo de Sousa – e um tema em que muito se tem envolvido

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

O trabalho dos últimos anos tem sido de tal maneira exemplar que o próprio Presidente da República o enaltece. O Algarve tem «um número recorde» de Núcleos de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo (NPISA) que fazem com que os «olhos estejam postos na região» – até os de Marcelo Rebelo de Sousa que participou, esta sexta-feira, 29 de Setembro, num encontro sobre esta temática, em Faro. 

O Encontro Nacional da ENPISSA (Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem Abrigo) juntou várias entidades ligadas a este setor, no Grande Auditório do Campus de Gambelas da Universidade do Algarve.

O arranque dos trabalhos, da parte da tarde, teve direito à presença do Presidente da República que vincou mesmo esse «número recorde» de NPISAS que o Algarve tem (Albufeira, Faro, Lagos, Loulé, Olhão, Portimão Tavira e Vila Real de Santo António).

«Foi um esforço gigantesco, em tão poucos anos, pôr de pé uma estrutura destas de pé, aqui [no Algarve] de forma especial», considerou.

O apoio às pessoas em situação de sem abrigo tem sido uma das bandeiras de Marcelo Rebelo de Sousa – e um tema em que muito se tem envolvido.

 

 

Apesar de lamentar não ter sido possível reduzir o número de pessoas em situação de sem abrigo até este ano, como era seu desejo, o Chefe de Estado garantiu que este continua a ser um tema a que dará a máxima atenção.

«Veio o problema da habitação, da inflação, que deitou para a rua muita gente de várias idades… mas, naquilo que depender de nós – e sei que o Governo está muito empenhado e estas equipas são fantásticas – vamos fazer tudo para, até 2026, reduzir bastante o número», disse aos jornalistas.

Para o Chefe de Estado, «reduzir bastante» significa que, «quem quiser sair, tenha condições para o fazer».

No Algarve, de resto, isso já é uma realidade. Além de projetos como o Housing First ou os apartamentos partilhados, há ainda o Centro de Emergência Social, criado pelo MAPS – Movimento de Apoio à Problemática da Sida, no Patacão (Faro).

Em declarações ao Sul Informação, Fábio Simão, presidente do MAPS, vincou todas as respostas que «a região antes não tinha».

«Os olhos estão postos no Algarve devido a isso: porque criámos uma estrutura que vai desde a beira da estrada até à integração. O que fizemos foi unir esforços», considerou.

No Centro de Emergência Social, em um ano já foram «apoiadas mais de 100 pessoas», por exemplo.

«Tem sido um exemplo de boas práticas e uma resposta muito importante para o Algarve», reforçou Fábio Simão que estima haja atualmente cerca de «600/700» pessoas em situação de sem-abrigo na região.

 

 

«Os números oficiais são 1400, mas o que dizem é que, durante um ano, passaram 1400 pessoas por cá. Não quer dizer que estejam cá», explicou.

Certo é que, para Marcelo Rebelo de Sousa, é «intolerável que haja uma desatenção, provocada nos períodos de grande euforia ou de grande crise pelo egoísmo, que leva a que estas pessoas sejam varridas do mapa».

«Dirão: são 10 mil, em 10 milhões, é pouco. Bastava que fosse uma», considerou.

O Chefe de Estado também falou da necessidade de usar os fundos europeus para se apostar nesta área.

«É uma corrida contra relógio. Há que utilizá-los para tentar encontrar uma solução justa, digna e humana para um fenómeno que, na parte que depende de nós, deve ser prevenido e depois arranjar maneira de atuar na parte da habitação, da saúde, do emprego», concluiu.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

Comentários

pub