BE considera «inaceitável» aumento da tarifa da água após investimentos do PRR

Em causa está, por exemplo, o custo da dessalinização de água do mar para consumo humano

O Bloco de Esquerda defende que «será inaceitável» que haja um aumento das tarifas de água no consumidor final, no Algarve, na sequência dos investimentos que estão a ser realizados no reforço das disponibilidades hídricas da região, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência.

A posição surge após uma reunião entre uma delegação da Comissão Coordenadora Regional do Bloco de Esquerda e a direção da Empresa Águas do Algarve, a pedido do BE, onde, entre outros temas, se discutiu a implementação do PRR.

Mais concretamente, foram abordados assuntos como «a construção da dessalinizadora e os seus impactes ambientais, o preço das tarifas de água no consumidor final, a monitorização e o combate às perdas de água na rede de abastecimento público, a reutilização das águas residuais e a captação de água no Pomarão para a barragem de Odeleite».

Os bloquistas questionaram o eventual aumento das tarifas de água, «como vêm defendendo o presidente da Associação de Municípios do Algarve/AMAL e o Governo, como contrapartida aos investimentos» que serão feito.

«A água como um bem público essencial à vida, e escasso, não deve ser gerida como se se tratasse de um negócio, mas antes ser gerida com uma gestão pública, eficiente e criteriosa. Estes investimentos além de serem diminutos, há muito que são reclamados pelo Algarve e as suas populações», defendem.

Para o Bloco de Esquerda «a concretização do PRR assume a sua importância no Algarve, no entanto é preciso ter a consciência que não será a “varinha mágica” para solucionar os principais problemas que a região enfrenta. Torna-se fundamental que haja uma comissão de acompanhamento da sua implementação a nível nacional, incluindo no Algarve, pois o “seguro morreu de velho”».

Por outro lado, «o Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve/PREHA apesar de positivo terá um impacto muito diminuto no combate à seca e às alterações climáticas».

Outra questão que esteve em cima da mesa foi a dos impactes ambientais dos projetos que serão implementados, cuja minimização o BE considera de «primordial importância», à semelhança do recurso às energias renováveis para a produção de água, na futura dessalinizadora.

O período prolongado de seca que atinge o Algarve  e dura há vários anos também foi uma preocupação expressada pelos bloquistas, na reunião.

«Embora esteja garantido o abastecimento público de água à população no corrente ano, existe alguma apreensão na disponibilidade das reservas hídricas para os anos seguintes. Para além das medidas a implementar no âmbito do PRR, são necessárias outras de fundo ao nível do Governo e das suas agências, dos municípios, a nível empresarial e da agricultura, como a reutilização das águas residuais em espaços públicos, jardins, na utilização industrial, nos campos de golfe e outros empreendimentos, assim como na monitorização e utilização eficiente da água nos regadios agrícolas, utilizando culturas menos gastadoras de água e mais resilientes aos fenómenos da seca», concluiu o BE.

 

 



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