Julho é mês de muitas efemérides astronómicas e da chuva de estrelas Delta-Aquáridas

O céu de Julho tem muito que observar

A conjunção superior de Mercúrio (posicionamento deste planeta para lá do Sol) sinalizou a primeira madrugada deste mês. Neste mesmo dia, deu-se o instante de maior aproximação aparente (apulso) entre os planetas Vénus e Marte. Estes astros foram vistos a oeste ao anoitecer desse dia, ao mesmo tempo que a Lua surgiu sudeste à junto à constelação do Escorpião.

No dia 1, comemorou-se o 30º aniversário das primeiras observações do cometa Shoemaker–Levy 9 pelo telescópio espacial Hubble. Este foi um cometa que se havia fragmentado aquando da uma passagem demasiado próxima a Júpiter no ano anterior, e em cujo planeta iria colidir um ano depois, sendo a primeira colisão com um planeta do sistema solar (que não a Terra) que observamos.

Ontem, dia 3, ocorreu a Lua cheia. Visto esta efeméride acontecer um dia e meio antes da chegada da Lua ao seu perigeu (ponto da órbita mais próximo da Terra) a Lua pareceu-nos um pouco maior do que é habitual: foi a famosa super-lua cheia.

Pelas 20 horas de dia 6, a Terra chega ao seu afélio, o ponto da sua órbita mais afastado do Sol (distando 1.0167 unidades astronómicas). Mas, como nesta altura do ano o nosso hemisfério se encontra voltado na direção do Sol, acaba por receber mais radiação solar do que aquando da sua maior aproximação ao Sol.

Cinco horas após esta efeméride, a Lua irá nascer junto ao planeta Saturno, o qual, por estes dias, se encontra na constelação do Aquário.

Neste mesmo dia 7, perfazem 20 anos do lançamento do rover Mars Explorer Rover-B (também conhecido por Opportunity) pela NASA, a partir da sua base do Cabo Canaveral. Durante 14 anos e 4 meses, esta missão ajudou-nos a conhecer melhor o planeta Marte.

Um dia depois, será o 90º aniversário da publicação na revista Nature da descoberta, por Karl Jansky, de ondas rádio emanadas da direção do centro da nossa galáxia. Por este e outros trabalhos neste domínio, Jansky é chamado de pai da radioastronomia, motivo pelo qual existe uma unidade de fluxo de radiação rádio por unidade de superfície com o seu nome (o jansky), assim como uma cratera no bordo oriental da Lua.

O quarto minguante dar-se-á na madrugada de dia 10. Neste mesmo dia, dar-se-á a maior aproximação de Marte a Régulo, o coração da constelação do Leão. Duas madrugadas depois, iremos assistir ao nascimento da Lua junto ao planeta Júpiter.

Dia 17, terá lugar a Lua Nova. Motivo pelo qual só voltaremos a ver o nosso satélite natural ao final da tarde de dia 19, quando esta se estiver a pôr ao lado de Mercúrio.

O quarto crescente irá coincidir com a última terça-feira do mês. Dois dias depois, dar-se-á a maior aproximação entre os planetas Mercúrio e Vénus.

Durante a segunda metade do mês, surgirão algumas estrelas cadentes, que parecerão provir da vizinhança da estrela Delta da constelação do Aquário.

Estes meteoros farão parte da chuva de estrelas Delta-Aquáridas, cujo pico de atividade decorre na madrugada de dia 28. Infelizmente, mesmo em condições de observação ideais, este pico nunca chega a superar a vintena de meteoros por hora.

 

 



Boas observações!

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