1200 quilos de cocaína apreendidos a rede «bastante poderosa» em Albufeira

Foram detidos seis homens de quatro nacionalidades

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Pertenciam a uma «rede bastante poderosa», bem organizada e com «um poder financeiro muito, muito grande», mas isso não impediu que seis homens, de quatro nacionalidades distintas e com idades entre os 24 e os 62 anos, tenham sido ontem detidos pela Polícia Judiciária, em Albufeira, no momento em que se preparavam para deslocar, num camião, cerca de 1200 quilos de cocaína.

Este foi o resultado de uma operação levada a cabo pela Diretoria do Sul da PJ, com a colaboração do Departamento de Investigação Criminal de Portimão desta força policial, que visou «desarticular um grupo criminoso suspeito da introdução de grandes quantidades de cocaína no mercado europeu».

Ontem «à tarde», a PJ surpreendeu os seis homens, «um português da zona de Lisboa, um italiano, um brasileiro e três croatas», em flagrante delito, junto ao camião onde a droga estava acondicionada, revelou hoje, quinta-feira, Fernando Jordão, responsável pela Diretoria do Sul da PJ.

Estes suspeitos estavam monitorizados «há alguns meses», pelo que a PJ sabia,« a todo o momento, onde é que eles estavam».

Foram todos apanhados junto ao camião. «Logicamente, eles estavam aqui sempre a controlar. As redes têm que controlar o produto estupefaciente, estamos a falar em montantes muito elevados e claro que têm que estar perto dos sítios onde se passam as coisas».

Além dos cerca de 1200 quilos, foram apreendidos equipamentos de comunicação, elevados montantes em dinheiro, documentos e outros objetos, com relevante interesse para a prova dos factos em investigação.

 

Fernando Jordão – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

A operação foi assente em «elementos claros» que a PJ já havia recolhido anteriormente.

«As pessoas andavam a ser investigadas. E, portanto, ontem foi o momento oportuno, digamos assim, para fazer a abordagem em terra à viatura, um camião, que transportava a droga», revelou Fernando Jordão.

Segundo o mesmo responsável, o facto de haver detidos de várias nacionalidades e, até, de diferentes continentes, «demonstra bem a dimensão desta rede. Sobretudo, demonstra também a organização e todo o apoio logístico que está por trás deste tipo de tráfico, atendendo a que este produto estupefaciente tem origem noutras latitudes, noutras geografias».

«Estamos perante uma rede bastante poderosa, a nível logístico e de controlo do produto estupefaciente, até chegar aos mercados finais e, sobretudo, de uma rede que tem um poder financeiro muito, muito grande. Estamos a falar em quantidades muito grandes», realçou o responsável pela Diretoria do Sul da PJ.

Feita a apreensão, a investigação vai continuar. «Neste momento estamos precisamente a investigar, quer a montante, ou seja, de onde veio a droga, quer a jusante, para onde ele ia. Temos, logicamente, algumas pistas, mas a investigação vai continuar».

O que parece certo é que a droga não iria ficar por Portugal, que será apenas «a porta de entrada», até tendo em conta «as quantidades de que estamos a falar, 1200 kg de cocaína», que «não seriam certamente para o mercado consumidor português. Quando falamos nestas quantidades, normalmente são para o mercado europeu».

A PJ, com a ajuda de congéneres de outros países, vai agora tentar perceber qual era o destino final da droga, mas também de onde ela veio, bem como se há mais pessoas envolvidas.

A direção do inquérito está a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, em Lisboa.

Os detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial, tendo em vista a aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.

 

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