Francisco Carvalho, presidente da Câmara Municipal da Praia, Cabo Verde, esteve no passado sábado, 11 de Fevereiro, nos Paços do Concelho de Loulé, para apresentar a Plataforma da Diáspora para o Desenvolvimento do Município da Praia junto da comunidade cabo- verdiana radicada no Algarve.
«Loulé é, há muitos anos, casa onde vivem muitos cidadãos que vieram de Cabo Verde. Eles sabem bem quanto Loulé é uma terra acolhedora, que se tem construído também muito com o esforço e o trabalho dos cabo-verdianos, uma comunidade que tem dado ao longo da sua vida um grande contributo para aquilo que Loulé é hoje. Temos uma história de muitas décadas de encontro, de vivências, de trabalho, de amizade, de felicidade, de tristeza», explicou Vítor Aleixo.
Esta passagem de Francisco Carvalho por Loulé teve como objetivo principal dar a conhecer a plataforma, que nasce de uma parceria público-privada entre o Município da Praia e a DKC – Impact Investment, e que constitui um oportunidade para a diáspora investir «com rentabilidade, de forma segura e transparente» na sua terra natal, em projetos com impacto social, contribuindo assim para o desenvolvimento da Praia e de toda a ilha de Santiago.
Nascido de um sonho com largos anos, «é um projeto que vai ao encontro daquilo que são as ansiedades da diáspora e do Município», afirmou o autarca cabo-verdiano.
A ideia é canalizar o investimento emigrante para o desenvolvimento da Praia, destinando as remessas para projetos de investimento em duas vertentes: para projetos que gerem lucro e projetos de cariz social.
Assim, foram definidos projetos tendo em conta a necessidade do desenvolvimento do município e as prioridades definidas. Numa primeira fase, estão em cima da mesa projetos agroindustriais comunitários, a criação do Museu do Conhecimento Científico, o Parque da Família e o lançamento de cheques de ensino.
Posteriormente, os investimentos irão centrar-se em equipamentos de necessidades básicas, como o Mercado Abastecedor, o Matadouro Municipal, a Fábrica de Milhos ou a empresa de recolha e tratamento de resíduos.
O valor total estimado para os projetos é de 3,9 milhões de euros, mas em 10 meses de trabalho «já foi possível angariar 3 milhões de euros».
Através desta plataforma vai ser possível também todos os interessados apresentarem os seus próprios projetos e obter um financiamento até 20 mil euros.
«Cabo Verde importa quase tudo, o desenvolvimento da indústria é fraco e há necessidade de promover o mérito e oportunidades para todos», sublinhou o autarca da Praia, adiantando que os objetivos desta plataforma passam pela promoção do empreendedorismo e criação de postos de trabalho, «através de investimento direcionado para projetos que são autossustentáveis a médio prazo mas que vão garantir mais-valias económicas e sociais».
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