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No tempo em que era frequente, pelo menos entre jornalistas, debater os modelos mais adequados aos diversos públicos-alvo no universo dos leitores de jornais era comum reconhecer-se a existência de três modelos tipo – os de referência, os populares de qualidade e os sensacionalistas.

Os jornais de referência apresentavam-se, quase sempre, com mais texto do que imagens e com uma linguagem erudita, em oposição aos jornais sensacionalistas, com pouco texto, com grandes fotografias, com títulos fortes e com a inclusão de elementos gráficos de cores berrantes.

No sonho de fazer a síntese entre estes dois universos, algumas redacções ensaiavam o modelo dos chamados jornais populares de qualidade, procurando atingir as generosas tiragens dos jornais sensacionalistas sem ceder às características mais primárias destes últimos modelos.

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Numa gíria paralela à dos jornalistas, dizia-se de alguns jornais bem conhecidos pelo respectivo sensacionalismo que estes só conseguiam boas edições quando, torcendo um exemplar em papel como quem torce uma toalha encharcada, saísse, pelo menos, algum sangue e alguns humores, de preferência maus.

A sobrevivência dos jornais em papel sempre esteve muito ligada às respectivas tiragens e estas, que determinam maior ou menor capacidade de atracção de publicidade, só crescem a olhos vistos quando satisfazem os interesses que os leitores potenciais mostram à flor da pele.

É neste caldo de cultura que a segunda revolução do audiovisual, a que a Internet nos trouxe, potenciou o fenómeno da desinformação mais conhecido pela expressão inglesa de “fake news” (falsas notícias), expressão que tento evitar na exacta medida em que uma mentira jamais poderá ser uma notícia. Pela própria definição de notícia.

Sendo certo que a comunicação continua a ser uma trave-mestra para qualquer Poder, o combate à desinformação desenfreada é tão urgente quanto difícil. Assume-se assim como um combate que não pode ser descurado, que terá de ser permanente e, de preferência, contar com muitos aliados. Desde logo, e em primeira linha, com o indispensável aliado da Educação Escolar.

 

Autor: Júlio Roldão, jornalista desde 1977, nasceu no Porto em 1953, estudou em Coimbra, onde passou, nos anos 70, pelo Teatro dos Estudantes e pelo Círculo de Artes Plásticas, tendo, em 1984, regressado ao Porto, onde vive.

 



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