Algarvio Luís Manhita lança “Memória Apagada”, um fado que quer combater preconceitos

Projeto vê agora a luz do dia depois de 10 anos na gaveta «por falta de coragem» do fadista

O fadista algarvio Luís Manhita lançou este sábado, 10 de Julho, “Memória Apagada”, o fado que deu origem ao seu primeiro videoclip e que, «mais do que uma história, é uma voz que carrega em si um sentimento tão nosso como o próprio fado, o amor».

Com música de Alfredo Marceneiro (fado tradicional – Fado Cravo), “Memória Apagada” convida a viver «uma história como tantas outras onde o fadista partilha, com grande coragem, a sua alma de forma cantada em versos, que de olhos fechados tão bem a reconhecemos», diz Luís Manhita.

«Se o fado tem a magia de nos fazer sentir português, este não é diferente e assume em si a audácia de nos mostrar que um sentimento tão digno como o amor é em todos os momentos e circunstâncias apenas amor».

A celebrar 13 anos de carreira, o fadista, de 44 anos, acredita que este seu trabalho pode chegar a muitas pessoas e mostrar que, no fado, há lugar para tudo e todos, de uma forma em tudo igual, «pois apenas é nada mais do que uma história de amor, só que foge ao cliché de ser um casal heterossexual apaixonado. É o amor que vivo e não poderia contar outra história».

Com o lançamento deste videoclip Luís Manhita «concretizou um sonho», mostrando que a arte do fado é «o verdadeiro sentido da alma portuguesa, onde todos são iguais e semelhantes». O fadista espera que «todos percebam que, no fado, cabe toda a dor, o sentido, o amor e o sentimento».

«Sei que é a história de muita gente», exclama Luís Manhita, realçando que «gostava que outras pessoas, principalmente no fado, também sentissem a liberdade de expressar o amor que vivem. Que se inspirem e que, de uma vez por todas, deixemos de usar a sexualidade e o género de cada pessoa para as definir como tal, ou que as olhemos apenas com o filtro da sexualidade para definir o seu valor artístico e profissional», conclui o fadista.

Este foi um projeto que esteve mais de 10 anos na gaveta «por falta de coragem» do fadista, e que vê agora a luz do dia, «mostrando não só a alma de poeta mas a verdade das suas memórias e vivências».

Luís Manhita iniciou o seu percurso de fadista em 1998, no Algarve, através dos concursos de fado amador, promovidos pelas autarquias. Após vencer um dos concursos em Vila Real de Santo António, em 2009, profissionalizou-se como fadista.

Apresentou-se em várias salas de espetáculos, em várias casas de fado em Lisboa, no Porto e no resto do país e no estrangeiro. Em 2010 foi finalista do programa “Nasci para o Fado”, de Filipe la Féria, com transmissão em direto na RTP1. Este ano, Luís Manhita foi concorrente do programa “All Together Now”, transmitido pela TVI.

 

 



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