Portugal (com Algarve incluído) sai da “lista verde” do Governo britânico

Medida tem «impacto muito significativo no Algarve»

Voos provenientes do Reino Unido no Aeroporto de Faro – Foto: Nuno Costa | Sul Informação

O que se temia aconteceu mesmo: Portugal vai sair da “lista verde” de viagens internacionais no Governo britânico devido à descoberta de novas variantes e ao aumento do número de infeções nas últimas semanas, confirmou o ministro dos Transportes Grant Shapps.

O ministro britânico disse hoje, numa entrevista transmitida na Sky News, que foi uma “decisão difícil de tomar”, invocando duas principais razões que estão a causar preocupação nas autoridades britânicas.

“Uma é que a taxa de positividade quase duplicou desde a última revisão em Portugal e a outra é que há uma espécie de mutação do Nepal da chamada variante indiana que foi detetada e simplesmente não sabemos o potencial que pode ter para resistir à vacina”, explicou.

Shapps disse que o Governo quer garantir que o país não importa mais variantes que ponham em causa o plano de desconfinamento, nomeadamente a quarta etapa prevista para 21 de junho, quando se espera que sejam levantadas todas as restrições.

A medida deverá em vigor a partir das 04h00 de terça-feira, dia 8, quando Portugal passa para a lista “amarela”, avançou o Daily Telegraph.

Os países na “lista amarela” estão sujeitos a restrições mais apertadas, nomeadamente uma quarentena de 10 dias na chegada ao Reino Unido e dois testes PCR, no segundo e oitavo dia, como já acontece com a maioria dos países europeus, como Espanha, França e Grécia.

Portugal era até agora o único país da União Europeia (UE) na “lista verde”, que isenta os viajantes de quarentena no regresso a território britânico, em vigor desde 17 de maio.

Esta manhã, o presidente da da Região de Turismo do Algarve (RTA) tinha dito que, a avançar, a medida teria «um impacto muito significativo no Algarve».

Em declarações às jornalistas à margem da abertura oficial da época balnear, em Lagos, João Fernandes salientou: «Nós tínhamos uma procura muito robusta e crescente para as próximas semanas, do mercado britânico, com voos a aumentaram a sua capacidade, com as reservas nos hotéis a consolidarem-se desde 17 de Maio», data em que Portugal (Algarve incluído) tinha sido colocado na lista verde dos britânicos.

Esta decisão do Reino Unido hoje anunciada «obviamente» que será «um duro revés» para o turismo, nomeadamente a hotelaria, a restauração e todas as atividades económicas ligadas ao setor, na região algarvia.

Esta manhã, quando ainda não se conhecia a decisão britânica, o responsável pelo Turismo do Algarve mantinha alguma esperança, revelando que «acabaram de sair os dados do ECDC [Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças] que nos colocam entre os três países da Europa com menos incidência nos últimos 14 dias por 100 mil habitantes».

Tendo em conta esses dados, não havia, na sua opinião, «razão para que essa revisão de risco por parte dos britânicos» retirasse o nosso país da lista de países seguros para viajar. Mas não foi essa a decisão do Governo do Reino Unido.

 

*Com Agência Lusa 

 

 



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