Legado da pandemia em Portugal assenta na solidariedade entre instituições

“A resposta intersetorial a esta pandemia provou que é fundamental”

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde disse hoje que o legado da pandemia de covid-19 em Portugal assenta na solidariedade e no trabalho “lado a lado” entre diversas instituições.

“Se houve algo que esta pandemia nos ensinou é que a superação dos maiores obstáculos só é possível quando trabalhamos juntos e lado a lado. Quando estabelecemos parcerias e deixamos o coletivismo prevalecer sobre o individualismo (…) Este é o legado desta pandemia, a reforma que fica e não voltará para trás”, afirmou António Lacerda Sales, na sessão de encerramento do 23.º congresso da Ordem dos Médicos (OM), que hoje terminou em Coimbra.

Sublinhando que, “das necessidades conjunturais”, foram realizadas “algumas reformas estruturais”, António Sales destacou o papel dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e das autoridades de saúde, dos Governos regionais ou da Segurança Social, mas também das autarquias “que muito contribuíram”, da Proteção Civil, ordens profissionais como a OM ou forças de segurança, entre outras.

“A resposta intersetorial a esta pandemia provou que é fundamental”, enfatizou o governante.

“Falar de solidariedade é falar dos nossos profissionais de saúde, quando escrevermos a história desta pandemia ela será sobre superação, trabalho de equipa e trabalho interdisciplinar”, frisou Lacerda Sales, acrescentando que “são os recursos humanos de excelência que permitem superar os enormes desafios a que o SNS tem sido sujeito”.

Na sua intervenção, o secretário de Estado assegurou que os recursos humanos do SNS “são uma prioridade e preocupação constante do ministério da Saúde”, aludindo ao reforço do número de efetivos, que situou em mais 28 mil profissionais desde 2015, seis mil dos quais médicos.

“As medidas excecionais no âmbito da pandemia permitiram o imediato recrutamento de trabalhadores, que se traduziu num aumento de 10.756 trabalhadores entre março de 2020 e abril deste ano. Destes, 750 são médicos especialistas”, argumentou.

Além da abertura de concursos de progressão na carreira, “o do preenchimento de 250 lugares de assistente graduado sénior”, Lacerda Sales destacou o apoio da Ordem dos Médicos no que disse ser o aumento significativo das capacidades produtivas “permitindo a entrada na especialidade, em janeiro, de 1.867 novos médicos”.

“Este é o maior número de capacidades formativas disponibilizado desde 2009”, destacou Lacerda Sales.

O secretário de Estado reconheceu, no entanto, que não está tudo feito e manifestou a necessidade de “melhorar as condições de trabalho” dos médicos, para permitir a conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar.

“E isso implica, necessariamente, o reforço do número de médicos especialistas no nosso SNS. Temos hoje mais 3.140 médicos especialistas do que em 2015 mas não nos contentamos com esse incremento. É intenção do Governo prosseguir essa política de crescimento, nomeadamente através do aumento da taxa de fixação de médicos especialistas”, afirmou Lacerda Sales.

Com o tema “A Ciência em Tempo de Pandemia”, o 23º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos reuniu, ao longo de quatro dias, cerca de 1.800 congressistas e mais de 200 oradores em 61 sessões de trabalho.

 
 



JLS // PJA

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