BE quer saber quando chegam ao Algarve os «muitos milhões de euros» do plano de recuperação

Bloco de Esquerda diz que se Governo não agir depressa as consequências serão «catastróficas e devastadoras para o Algarve

Foto: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

O Bloco de Esquerda quer saber quando vão chegar ao Algarve os «muitos milhões de euros» do plano de recuperação para a região que «ainda não passou do papel».

Em comunicado, os bloquistas realçam que «a pandemia pôs a descoberto as debilidades do país e, muito em particular, de regiões como o Algarve que vive quase exclusivamente do turismo. É a região onde o desemprego mais aumentou – já são mais de 35 mil desempregados e há milhares de micro e pequenas empresas que irão à falência, aumentando ainda mais as pessoas sem trabalho, se não forem devidamente apoiadas».

O Bloco de Esquerda diz que o Governo «anunciou um plano de recuperação para o Algarve, mas ainda não passou do papel» e que «há que apoiar, com urgência, os trabalhadores, famílias e empresas».

Esse dinheiro deve servir também, defende o BE, para «fazer os investimentos que o Algarve necessita, nomeadamente para a modernização dos serviços públicos, a construção do novo Hospital Central, o combate à desertificação e à interioridade regional, os apoios para a pequena produção agrícola e para a modernização da frota pesqueira e das suas infraestruturas, a aposta nas energias renováveis e nas novas tecnologias, uma melhor mobilidade, a concretização do plano de eficiência hídrica para fazer face à falta de água e às alterações climáticas, etc».

No entanto, «fala-se e escreve-se muito sobre os muitos milhões de euros que virão para o Algarve, no âmbito do Plano Regional Operacional, do Plano de Recuperação e Resiliência, do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha/Portugal e de outros planos, mas nada chegou ainda à região».

Os bloquistas querem saber «qual é o montante e quando chegarão tais verbas ao Algarve? Que setores irão ser apoiados?»
Segundo o Bloco de Esquerda, «todas estas questões foram colocadas ao ministro do Planeamento nesta quarta-feira, em audição na Assembleia da República, pelo deputado João Vasconcelos, eleito pelo Algarve».

Ainda assim, diz o BE, sobre as questões colocadas, «o ministro pouco adiantou, dizendo o que já se sabia – que no âmbito dos fundos estruturais o Algarve iria receber uma verba adicional de 300 milhões de euros, conseguida em reunião do Conselho Europeu onde se negociou o Plano de Recuperação e Resiliência».

Para o secretariado do Bloco de Esquerda do Algarve, esses fundos, que «não se sabe quando» irão chegar, serão, ainda assim, «muito insuficientes».

Enquanto o dinheiro não chega, «o Algarve, os seus trabalhadores, famílias, empresas, populações, vão morrendo lentamente, mergulhados numa brutal crise económica e social e que ainda não bateu totalmente no fundo. As consequências serão catastróficas e devastadoras se o governo não atuar de forma rápida e adequada», conclui o comunicado bloquista.

 



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