Governo avaliará situação a cada momento e tomará «medidas necessárias» sobre escolas

«Tivemos a decisão na semana passada de manter as escolas abertas, com base nas evidências científicas e em como decorreu o primeiro período, que mostrou que o sistema funcionava»

Foto: Flávio Costa | Sul Informação – Arquivo

A secretária de Estado da Educação assegurou hoje, em Tomar, que o Governo avaliará a cada momento a evolução da situação epidemiológica no país e tomará as «medidas necessárias», compreendendo o «medo frente aos números» de casos covid-19.

Inês Ramires esteve hoje de manhã, com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde António Lacerda Sales, na escola secundária Santa Maria do Olival, em Tomar (distrito de Santarém), no início da testagem ao novo coronavírus a alunos, professores e funcionários do ensino secundário e que irá decorrer de «forma continuada e constante» em todo o país, a começar pelos concelhos de maior risco.

Questionada sobre a pressão, sobretudo de pais e autarcas, para o encerramento das escolas, Inês Ramires afirmou que o arranque dos testes rápidos antigénio, hoje, visa «dar mais instrumentos às escolas para continuarem a ser locais seguros».

«Tivemos a decisão na semana passada de manter as escolas abertas, com base nas evidências científicas e em como decorreu o primeiro período, que mostrou que o sistema funcionava», assegurando «maioritariamente o ensino presencial» e mantendo-se o ensino à distância «apenas como recurso», afirmou.

Sublinhando compreender «o medo» face à evolução dos números de casos covid-19, a secretária de Estado afirmou que o Governo fará uma avaliação a cada momento e tomará as medidas necessárias.

«Hoje o que estamos aqui a mostrar é o início de uma testagem nas escolas que visa dotar as escolas de mais instrumentos para torná-las locais seguros», afirmou.

Inês Ramires salientou que as testagens realizadas no primeiro período do ano letivo «revelaram incidências mínimas em ambiente escolar» e que o sistema «tem funcionado», enviando para casa «quem deve ir para casa» e ficando na escola quem aí deve permanecer, e reafirmou a importância da escola para «uma série de alunos», para quem este é o local onde «conseguem um enquadramento» que permite uma melhoria nas suas vidas.

Confrontada com a posição da presidente da Câmara Municipal de Tomar, a socialista Anabela Freitas, que esta semana encerrou uma escola do primeiro ciclo, dado o número de auxiliares infetadas, Inês Ramires afirmou que o Governo vai continuar a auscultar os autarcas e que tomará «boa nota» das suas posições.

No diálogo que teve hoje com os dois governantes, Anabela Freitas salientou que, durante o primeiro confinamento, o município fez «um investimento muito forte nas novas tecnologias para que não falte a nenhuma criança ou a nenhum jovem» e que os serviços autárquicos estão «preparados para levar refeições» a todos os alunos que necessitem, garantindo igualdade de oportunidades para todos.

«Temos a máquina toda montada para que não fique nenhuma criança sem comer pelo facto de uma escola estar encerrada», disse.

Também o secretário de Estado Adjunto e da Saúde assegurou que o Governo está a «acompanhar de muito perto» a evolução da situação e que tem «a humildade suficiente para tomar as melhores decisões de acordo com aquilo que é a própria evolução epidemiológica».

Sobre o fecho das escolas, Lacerda Sales afirmou que essa decisão deve ser suportada técnica e cientificamente e ter em conta diversos enquadramentos, de forma a que a decisão política «responda às necessidades dos portugueses».

António Lacerda Sales lamentou todas as mortes que têm ocorrido devido à pandemia, reafirmando a determinação do Governo em «expandir» o sistema de saúde «até ao limite».

«Nenhum sistema de saúde tem uma resposta ilimitada em nenhuma parte do mundo. Nós temos capacidade de resposta, de expandir a rede, como já foi comprovado», disse.

Questionado sobre um novo aumento do número de mortos, para cerca de 300 nas últimas 24 horas, Lacerda Sales afirmou que o Governo não tem hesitado quando é preciso tomar medidas e que está preparado para, se necessário, reforçar e decidir de forma «adequada» e «proporcional» ao que for a evolução epidemiológica.

A testagem na escola secundária Santa Maria do Olival começou hoje de manhã com uma turma do 10.º ano e outra do 12.º, prosseguindo durante a tarde e o dia de quinta-feira.

No agrupamento, que inclui estabelecimentos do pré-escolar ao secundário, numa centena de turmas, 20 encontram-se em ensino à distância, salientando a vice-diretora, Natália Nogueira, que o máximo de contágio na mesma turma é de quatro alunos infetados, sendo, na maioria, um número inferior.

Natália Nogueira considerou a testagem «muito bem-vinda», por dar «mais segurança» à comunidade educativa, salientando que a mobilidade dos jovens torna difícil controlar eventuais contágios.

Tendo optado pela avaliação semestral, a escola secundária, que leciona também o 9º ano, está na última semana de aulas antes da paragem letiva.

 



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