Passageiros do Reino Unido saem do Aeroporto de Faro, mas têm de fazer teste em 48 horas

Houve passageiros a esperar cinco horas, antes de serem autorizados a sair, como se se tivessem recusado a fazer o teste

Passageiros à espera do teste no Aeroporto de Faro – Foto: Sul Informação

Só cerca de metade dos passageiros do voo da Ryanair que chegou ao Aeroporto de Faro às 16h22 de hoje, proveniente do Reino Unido, chegou a fazer o teste à Covid-19.

Os restantes, bem como os que chegaram nos três voos seguintes, todos vindos de Inglaterra, acabaram por sair do aeroporto sem realizar o teste, depois de serem notificados por alegada «recusa de realização de teste para despiste da infeção por SARS-Cov-2 no Aeroporto», comprometendo-se a fazer a análise nas 48 horas seguintes. Também ficam obrigados a permanecer em isolamento até conhecerem o resultado do teste.

Esta foi a forma encontrada pelas autoridades portuguesas para dar vazão às longas filas que esta tarde se formaram no interior da aerogare de Faro, depois da chegada do primeiro de quatro voos do Reino Unido.

A questão é que os testes no aeroporto, que supostamente são obrigatórios desde ontem, estavam a ser feitos por um único técnico de saúde da empresa contratada pela ANA Aeroportos para assegurar esse serviço.

 

As longas filas  chegaram a atingir mais de duas centenas de pessoas, na sua maioria portugueses e os restantes estrangeiros (nomeadamente ingleses) com residência em Portugal. A solução só chegou pelas 21h30, ou seja, cinco horas depois de ter aterrado o primeiro voo, proveniente de Londres/Stanstead, houve quem tivesse esperado durante esse largo período.

«Estivemos aqui este tempo todo, de pé, sem comida, sem água e sem saber quando isto se resolveria», disse uma passageira portuguesa ao Sul Informação. «Em cerca de 5 horas, só com um técnico de saúde da empresa que está a fazer os testes aqui no aeroporto, apenas despacharam perto de metade dos passageiros do voo em que eu cheguei, que foi o primeiro. Há aqui famílias com crianças…».

«De repente, quando finalmente já estava quase a chegar a minha vez, vieram dizer que, afinal, podíamos sair do aeroporto, assinando um documento e comprometendo-nos a fazer o teste em 48 horas», acrescentou a mesma fonte.

O documento em causa é uma notificação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de «recusa de realização de teste», que indica, no seu ponto 1, que, «nos termos do despacho ministerial nº12202-A/2020 de 15 de dezembro, por ter viajado sem o teste de despiste à infeção por SARS-Cov-2 com resultado negativo, realizado nas últimas 72 horas antes do voo e por se ter recusado a efetuá-lo (…), deverá realizar o referido teste em território nacional, a expensas próprias, no prazo máximo de 48 horas a contar da presente data (…)».

 

Entretanto, cada uma das pessoas deve «permanecer na residência ou em alojamento por si indicado, até à realização do teste e notificação do resultado negativo». Quem não cumprir estas indicações, incorre em crime de desobediência e de propagação de doença contagiosa.

Na realidade, apesar de serem obrigados a pagar 100 euros por cada teste, os passageiros dos voos vindos de Inglaterra que hoje chegaram ao Aeroporto de Faro não se recusaram a fazer a obrigatória análise. Apenas reclamaram do tempo excessivo de espera.

«Pelo que nos foi dito, foi por pressão da Synlab, a empresa que estava a fazer os testes e não teve capacidade de resposta, que a DGS acabou por autorizar esta solução», contou a passageira.

«Mas não nos recusámos a fazer o teste. Eu, aliás, até o tinha feito em Inglaterra, há três dias, antes de vir, só que acabei por não receber o resultado e tive de viajar por já ter o bilhete comprado. Como eu, estava lá muita gente na mesma situação».

 

 

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