Covid-19: Líderes do G20 defendem sistema de acesso universal às vacinas

Cimeira do G20 termina hoje

Vários líderes mundiais reiteraram hoje o apelo em defesa de um sistema que garanta o acesso universal às vacinas contra a Covid-19, no primeiro dia da cimeira do G20, cujo final está agendado para este domingo.

«Temos de garantir o acesso à escala planetária e evitar a todo o custo o cenário de um mundo a duas velocidades», afirmou o Presidente francês, Emmanuel Macron, numa intervenção pré-gravada num evento paralelo da primeira reunião dos chefes de Estado e de governo do G20, que se realiza telematicamente face às restrições impostas pela pandemia.

Apesar de enaltecer o COVAX, o instrumento internacional lançado para assegurar o acesso justo e equitativo às vacinas em desenvolvimento para a Covid-19, Macron vincou que «são necessárias mais contribuições» e propôs a criação de um mecanismo para doações destes fármacos dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento.

Por sua vez, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, considerou que, «para superar a pandemia, cada país tem de ter acesso e poder aceder à vacina«, alertando que os fundos angariados até agora no âmbito do sistema COVAX «não são suficientes para alcançar este objetivo» e apelando ao apoio dos restantes líderes dos países presentes na cimeira.

Também o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, defendeu que o acesso aos tratamentos e às vacinas deve ser um direito de todas as populações. «Para Itália, estes são bens públicos para todos e não o privilégio de uns poucos», disse, sendo secundado pelo chefe de governo do Reino Unido, Boris Johnson, que sublinhou o compromisso do país no acesso universal às vacinas e no apoio ao sistema COVAX.

Já o Presidente argentino, Alberto Fernández, afirmou que «a cooperação e a solidariedade são os dois elementos-chave na luta contra a pandemia» e que a distribuição equitativa das vacinas «é uma tarefa coletiva para a comunidade internacional que exige a assinatura de um grande pacto de solidariedade global».

Na mesma linha, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, enviou uma mensagem gravada para o evento, na qual referiu que «a cooperação no seio do G20 é fundamental para ultrapassar a pandemia e regressar ao caminho da recuperação social e económica». Ato contínuo, fez questão de dizer que o tempo lhe deu razão, quando afirmou que era preciso «cuidar da saúde do povo e da economia ao mesmo tempo» face à emergência do novo coronavírus.

«Devemos oferecer as vacinas que estão a ser desenvolvidas como património comum da humanidade, em vez de aprofundar as injustiças existentes», declarou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, durante o seu discurso na reunião virtual de líderes, que advogou a urgência de mecanismos de garantia de «equidade e preços adequados» para as vacinas.

Com estatuto de convidada permanente, Espanha fez-se representar pelo presidente do Governo, Pedro Sánchez, que lembrou aos outros chefes de Estado e de governo que «não estaremos a salvo até que todos estejam a salvo».

Por outro lado, não foi possível ouvir o Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, uma vez que o discurso não foi aberto à comunicação social. Segundo a EFE, Trump fez uma breve aparição no início da cimeira virtual do G20 e depois foi jogar golfe, enquanto os seus homólogos de outros países discutiram medidas contra a pandemia.

 

 



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