Covid-19: Autarcas desejam aumento das restrições, mas também diferenciação para o Algarve

Conselho de ministros extraordinário reúne-se este sábado

Os autarcas algarvios concordam que sejam adotadas, pelo Governo, restrições maiores, para combater a pandemia de Covid-19, mas veriam «com bons olhos medidas diferenciadas a nível regional», tendo em conta que o Algarve apresenta um «comportamento melhor» do que o resto do país.

António Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, disse, esta sexta-feira, na véspera do Conselho de Ministros extraordinário de hoje, que vai definir novas medidas, que os autarcas reconhecem que «é necessário» o Governo avançar com mais restrições.

Para o autarca, «é importante que o faça. O contágio não acontece só nos eventos, é no dia-a-dia. É nas relações sociais que esses focos têm surgido. Por isso, não existe outra solução senão restringir algumas liberdades».

António Pina, que falava na conferência de imprensa de atualização da situação epidemiológica no Algarve, realçou, ainda assim, que «víamos com bons olhos, fruto de a realidade ser diferente, que pudesse haver margem para medidas aplicadas em função do risco em cada região».

Resumindo: «desejamos aumento das medidas, mas também uma diferenciação».

Ana Cristina Guerreiro, delegada regional de Saúde, concordou com essa visão e disse saber que «está na mesa a possibilidade de transferir para o nível regional e municipal algumas decisões. Isso é muito útil, porque as populações entendem as medidas na proporção do risco. Quando o problema é muito grande, aceitam medidas mais restritivas, de forma mais correta. Assim, é possível que haja uma resposta mais cirúrgica».

Olhando especificamente para os concelhos do Algarve, a responsável disse que «a região não tem ainda nenhuma situação que exija medidas especiais, seja no sentido de aumentar as restrições ou afrouxá-las. Temos diferenças entre concelhos, mas não vejo, por enquanto, essa necessidade. Poderá haver a situação de um bairro ou outro».

Por isso, reforça a delegada, «haver a possibilidade de aplicar medidas locais é muito bom».

Neste momento, acrescenta Ana Cristina Guerreiro, «a DGS está a fazer um um trabalho de preparação para a criação dos mapas de risco. Nós próprios estamos a fazer os nossos mapas de risco, com indicadores de incidência e número de casos. Pode fazer-se a 7 ou 14 dias. Estamos a fazer essa análise, para tomarmos as nossas decisões e podermos partilhar», conclui.

Jorge Botelho, secretário de Estado coordenador do combate à pandemia no Algarve, por seu lado, não quis antecipar as medidas que serão tomadas, este sábado, pelo Conselho de Ministros. «Não posso dizer nada. O que posso dizer é que temos de consciencializar a população. O risco de transmissão não é igual em todas as regiões e o posicionamento não é o mesmo», referiu apenas.

 

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