Presidente da República: A recuperação do Algarve «é lenta» mas «estamos no bom caminho»

Subida do turismo nas semanas mais recentes «cria uma esperança, mas é um processo lento»

«Comparado com aquilo que eu vi há quatro ou cinco semanas, acho que estamos no bom caminho. É lento, mas é o bom caminho». Foi com estas palavras que o Presidente da República resumiu hoje, em Lagoa, a situação da luta da região algarvia contra os efeitos da pandemia na sua economia, muito dependente do turismo.

«Aquilo que se verificou em poucas semanas, da subida dos 0% para os 30 ou 40%, 50%, 60%» de ocupação turística, «cria uma esperança, mas é um processo lento, depende da evolução da pandemia, depende da evolução das economias na Europa e no Mundo, da evolução dos transportes aéreos e do turismo por toda a parte no ano que vem», salientou o Chefe de Estado, falando com os jornalistas antes de mais um jantar de trabalho – o 6º – com os presidentes de Câmara algarvios, desta vez em Lagoa.

«É uma luta que tem de ser feita e eu queria cumprimentar os presidentes de Câmara de todos os Municípios do Algarve, que têm dado as mãos e tem feito o possível e o impossível para vencer essa batalha», acrescentou o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

Porquê estas visitas semanais ao Algarve? «Todos sabem porque é que o Presidente da República dedica ao Algarve uma atenção muito particular que não dedica a outras regiões do Continente. É porque no Algarve a questão do turismo tem uma incidência fundamental na economia, em percentagem, em emprego, em criação de riqueza, em contributo para o país, que não tem noutras regiões. Portanto, justifica-se vir aqui mais vezes».

Mas a crise provocada pela pandemia não mostrou que a economia do Algarve não deveria depender só do turismo, como acontecia até agora? «Os presidentes de Câmara dizem isso em todas as reuniões, quer eles, quer os empresários, quer os restantes representantes da sociedade civil. É por isso que os programas estruturais são fundamentais. O Hospital Central é fundamental, a água é fundamental, a ferrovia é fundamental». Mas deve também «haver verbas específicas para a diversificação, que vai desde a investigação, à universidade, ao digital, ao mar, à agricultura, à ligação entre a indústria e a agricultura, a novos serviços», explicou o Chefe de Estado.

Todas as outras atividades que permitam diversificar a economia «são muito importantes, mas precisam de uma coluna vertebral que não vacile, que se chama turismo». Ou seja, defendeu, «para ir fazendo isso, é preciso que o turismo entretanto vá recuperando».

 

Marcelo Rebelo de Sousa, falando à porta do restaurante Gaspacho & Migas, que tinha aberto as suas portas pouco tempo antes do início do confinamento, sublinhou ainda que, graças ao «esforço muito grande que está a ser feito», «os autarcas não pararam e têm apresentado o seu caderno reivindicativo ao Governo. Também cá veio o líder da oposição», enquanto o próprio Governo «não escondeu que está a acompanhar, em duas frentes, a questão do Algarve».

Uma dessas frentes, recordou o Presidente, «é a estrutural, são aqueles projetos de fundo: o Hospital Central, o problema da água, a ferrovia. São problemas de fundo que envolvem enormes investimentos, que saem do bolo geral que virá a partir de 1 de Janeiro do ano que vem».

Depois, acrescentou, «há aquilo que foi o duplicar do que seria a verba normal anual, são mais 300 milhões, ficarão 600 milhões, a pensar noutras áreas da economia e da sociedade».

E finalmente, do «bolo geral, há uma aposta grande em apoiar o turismo. Como? Por um lado, incentivando as empresas turísticas, por outro lado, criando mecanismos para garantir o mais possível de emprego no setor, com imaginação, porventura com formação, que é uma maneira de manter laços com aqueles que não estão a trabalhar, mas que era bom que voltassem a trabalhar em pleno, logo que a situação fosse subindo».

Porque considera importante apoiar o Algarve nesta crise profunda que atravessa, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que «vai haver mais vindas em Agosto, em Setembro, em Outubro». A próxima será no fim de semana, em Silves.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

 

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