Algarve faz parte de projeto que vai usar as artes para evitar incêndios

Adriana Nogueira, diretora regional de Cultura do Algarve, deslocou-se hoje a Penacova, para a assinatura deste protocolo

Créditos: João Ribeiro da Silva

O objetivo é, através das artes, sensibilizar as populações para alterar comportamentos de risco. O projeto “Não Brinques com o Fogo” é lançado esta terça-feira, 22 de Junho, e o Algarve também faz parte, com São Brás de Alportel a ser o concelho escolhido. 

Em Penacova, na Pérgola Raul Lino, um dos territórios abrangidos pelo projeto, foram hoje assinados quatro protocolos de colaboração entre a AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais e as Direções Regionais de Cultura (DRC) do Norte, Centro, Algarve e Alentejo, que preveem que as DRC se tornem operadoras do projeto durante um ano.

Adriana Nogueira, diretora regional de Cultura do Algarve, deslocou-se hoje a Penacova, para a assinatura deste protocolo.

O objetivo é, então, encetar «uma abordagem inovadora com o objetivo de veicular mensagens-chave sobre comportamentos de risco a alterar face aos incêndios rurais, promovendo a mudança de atitudes através da sensibilização das populações sobre a valorização da floresta e da conservação da natureza e as boas práticas na utilização do fogo para a gestão da vegetação e do território», explica a Direção Regional de Cultura do Algarve.

A meta da AGIF, em colaboração com as Direções Regionais de Cultura, é realizar, ainda em 2020, sob a forma de projeto piloto e para prova de conceito, um conjunto de iniciativas que, atendendo a objetivos culturais e pedagógicos específicos e a mensagens-chave concretas, decorrerão em territórios previamente definidos pela Agência a nível nacional, que tenham passado, em alguma altura, pela experiência de se confrontarem com grandes incêndios.

Segundo Graça Fonseca, ministra da Cultura, «este projeto piloto enquadra-se numa visão estratégia mais ambiciosa a 10 anos, que está refletida no Plano Nacional de Gestão Integrada e Fogos Rurais, apresentado pelo Governo na passada terça-feira».

«Trata-se de uma iniciativa inscrita numa dinâmica de colaboração entre Cultura e Ambiente, que valoriza o poder das artes no convite à reflexão sobre aspetos como as alterações climáticas e a proteção do ambiente», acrescenta.

Tiago Oliveira, presidente da AGIF, explica que «este projeto coloca em prática uma metodologia já testada em países como Espanha, EUA e África do Sul, com o propósito de chegar às populações locais através de eventos culturais. Se reduzirmos o número de ignições, conseguimos reduzir a probabilidade de um incêndio grave, de grandes dimensões. Precisamos de alterar comportamentos face ao uso do fogo, seja qual for a época do ano».

O investimento da AGIF de 185 mil euros, a ser operado pelas quatro DRC, destina-se à produção de espetáculos multidisciplinares ao ar livre e ações de capacitação das populações.

Os avisos para as candidaturas de estruturas artísticas dos respetivos territórios são publicados hoje nos sites das DRC e convidam à apresentação de propostas, de 23 de Junho a 14 de Julho, por parte de agentes culturais para a conceção e apresentação de espetáculos sujeitos a temáticas como queimadas, limpeza de terrenos, comportamentos de risco, o lançamento de foguetes ou o uso de maquinaria agrícola em condições de segurança.

Podem candidatar-se pessoas coletivas de direito privado com sede nos municípios abrangidos pelo programa, que exerçam atividades profissionais de natureza não lucrativa nas áreas das artes performativas, nomeadamente teatro, música, dança, circo contemporâneo e artes de rua e artes visuais.

Serão valorizadas candidaturas colaborativas, que apresentem uma abordagem multidisciplinar e incluam mais do que uma entidade artística. Podem também incluir pessoas singulares e agentes culturais locais não profissionais.

Os espetáculos ao ar livre serão apresentados em Setembro e Outubro deste ano nos concelhos considerados prioritários pela AGIF, que são Vila Nova de Poiares, Coimbra, Penacova, Ourém, Paredes, Gondomar, Gavião e São Brás de Alportel.

Os concelhos foram escolhidos segundo a sua classificação com grau de risco elevado.

Os avisos das ações, bem como os respetivos formulários de candidatura, no caso do Algarve, podem ser consultados aqui.

 



Comentários

pub