Marta Temido: «É previsível que a curva epidemiológica aumente até ao final de Abril»

Há 8 casos críticos

«É previsível que a curva epidemiológica aumente até ao final de Abril» disse hoje a ministra da Saúde, na habitual conferência de imprensa ao fim da tarde, em Lisboa. «Até lá o comportamento da curva dependerá do comportamento individual».

Marta Temido confirmou que há 245 casos de infeção por Covid-19 em todo o país, 18 dos quais nos Cuidados Intensivos e, destes, 8 são críticos e «inspiram maior preocupação». Segundo Graças Freitas, diretora-geral de Saúde, trata-se de pessoas idosas, já com outras doenças associadas, um padrão do Covid-19.

A ministra adiantou que o Governo vai permitir que os profissionais de saúde que não podem de ficar em casa, por terem de trabalhar, possam transferir para outra pessoa o subsídio a que teriam direito se pudessem dele usufruir.

O Executivo está igualmente a «terminar as normas dos fluxos de encaminhamento» de doentes com Covid-19, privilegiando-se o tratamento em ambulatório e domiciliário.

Marta Temido agradeceu a «tantos que têm mostrado vontade de ajudar», seja com equipamentos de proteção individual da China, seja com ventiladores do setor privado, seja com capacidade de realização de testes em laboratórios privados.

«Estamos a preparar o nosso sistema de saúde para dar a melhor resposta possível», já que «todos somos poucos para parar a Covid-19», acrescentou a ministra da Saúde.

Questionada sobre as afirmações do presidente do Sindicato Independente dos Médicos que referiu que 50 médicos estão infetados com o novo coronavírus e mais de 150 em quarentena, Marta Temido disse que o Governo sabe que «há casos de contágio» de profissionais que foram infetados durante o serviço. Mas não referiu quantos: «Estamos a atualizar a informação».

A diretora-geral de Saúde esclareceu, pelo seu lado, que os profissionais de saúde infetados o foram não só em serviço, como na sua vida social. São sete os profissionais de saúde que se infetaram fora do ambiente hospitalar.

Por seu lado, Graça Freitas, diretora-geral de Saúde, disse que «hoje é um dia diferente, porque começamos a ver a sociedade a organizar-se». «É com imensa satisfação que vimos diversos setores anunciarem as suas medidas e medidas muito pertinentes», acrescentou.

Aquela responsável voltou a deixar algumas recomendações: «última coisa antes de sair de casa é lavar bem as mãos, com água e sabão, com aquela técnica que todos conhecem»; «pegar num lenço descartável para abrir maçaneta ou chamar o elevador»; «no caminho, manter a distância de segurança e voltar as costas uns para os outros»; «no local de trabalho, mal cheguem, lavem as mãos, mantenham o distanciamento social e nunca tussam para cima dos outros»; «quando se chega ao local de trabalho, devemos continuar a não confraternizar de perto com os que estão connosco. Vamos manter a distância, organizar os nossos refeitórios».

Questionada sobre os efeitos das medidas tomadas pelo Governo e o aumento de casos, Graça Freitas disse que «temos de ter noção que as pessoas a adoecer hoje já se infetarem há cinco, seis, sete dias. O efeito de quaisquer medidas que tomemos só se verifica dias depois».

 

 

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