Municípios algarvios juntam-se em rede para utilizar energias renováveis

Objetivo é que mais autarquias se juntem a esta rede

É uma «pequena semente» que se espera que venha a dar frutos «numa área tão importante». Oito municípios algarvios assinaram na sexta-feira, 18 de Outubro, um memorando de entendimento para criação de uma rede regional de cooperação para a promoção das energias renováveis. 

Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Lagos, Loulé, Portimão e São Brás de Alportel foram os concelhos que aderiram a esta nova ferramenta, criada pela Agência Regional de Energia e Ambiental do Algarve (AREAL) e que surge na sequência do projeto europeu StoRES.

Cláudio Casimiro, diretor geral da AREAL, explicou ao Sul Informação que a rede vai permitir, «a este conjunto de municípios, promover soluções de autoconsumo energético». A ideia passa, por exemplo, por adotar soluções deste género para edifícios dos municípios.

«A rede cria aqui, ainda, a possibilidade para que haja troca de conhecimentos e a definição de estratégias comuns para os diferentes territórios. A ideia é caminhar naquele objetivo de tornar o Algarve uma região de baixo carbono, algo tão importante numa zona turística como a nossa», disse.

 

Cláudio Casimiro

 

Também há a questão dos fundos comunitários, da União Europeia, cujo acesso pode ficar mais facilitado.

«O novo programa-quadro aposta muito na cooperação e na partilha de investimentos. Por isso, os municípios poderão desenvolver estratégias comuns e partilhar financiamentos, no sentido de desenvolver soluções de autoconsumo», adiantou Cláudio Casimiro ao nosso jornal.

Quando a nova legislação entrar em vigor, outro ponto pode ser explorado pelos concelhos que integram a rede. «Com a questão das comunidades de energia, os municípios poderão agregar-se e formar uma comunidade de energia, na base da produção e partilha», disse este responsável.

Numa região com muitas horas de sol, é certo que a aposta principal, no âmbito desta rede agora oficializada, será na energia fotovoltaica.

«Neste momento, é a tecnologia dominante e é aí que vamos apostar mais. Vamos apostar na produção de eletricidade e daí, também, esta escolha que vem em linha com o Plano de Energia e Clima que o Governo está a prever para 2030», explicou Cláudio Casimiro.

Além dos oito municípios, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve também integra esta rede.

Francisco Serra, presidente desta entidade, considerou que a aposta nas energias renováveis é o caminho certo a trilhar.

«Esta é uma rede de grande importância. No Conselho de Inovação Regional, temos vindo a fazer trabalho, nomeadamente na área das energias. Estamos a chegar aos momentos de concretização e sabemos todos que esta temática está cada vez mais presente na opinião pública», começou por dizer.

Para Francisco Serra, os municípios perceberam «como esta aposta é boa para o desenvolvimento do Algarve». «É um sinal de grande maturidade. Ainda há caminho a fazer, mas nós cá estaremos para isso», garantiu.

 

 

Quanto a Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé e do conselho de administração da AREAL, disse que este «entendimento permitirá trabalhar, em conjunto, um dossier que vai ganhar uma importância crucial nas nossas vidas».

E os outros oito municípios? Qual foi a razão para não integrarem já esta rede regional? Cláudio Casimiro explicou ao Sul Informação que «o convite foi enviado a todos», mas só «alguns aceitaram de imediato». «Os outros estão em análise, mas a nossa expetativa é que também se juntem», concluiu.

 

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

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