Nos primeiros dias do mês, os planetas Marte e Mercúrio estarão em conjugação, i.e., na direção do Sol. Tal facto não permite a sua observação. Mas, enquanto Marte não será visível durante todo o mês, a partir de dia 15 já iremos encontrar Mercúrio ao anoitecer. Igualmente, só em meados de Setembro é que Vénus reaparecerá como estrela da tarde.
O quarto crescente terá lugar na madrugada de dia 6, um par de graus acima da posição do planeta Júpiter.
Na tarde de dia 8, a Lua passará numa direção tão próxima da de Saturno que, ao longo de uma faixa que estende do noroeste da Austrália até o centro do oceano Índico, poderão assistir à ocultação deste planeta pela Lua.
Na madrugada de dia 10, o planeta Neptuno estará em oposição, i.e., a direção oposta à do Sol. Este planeta apenas pode ser visto com a ajuda de binóculos ou telescópios.
Um pouco mais para leste estará Urano, planeta que se encontra muito perto do limite do que é observável à vista desarmada.

A Lua Cheia terá lugar na madrugada de dia 14, junto à constelação do Aquário. Por ocorrer menos de um dia depois desta ter atingido o ponto da órbita mais afastado da Terra (o apogeu), esta Lua Cheia será ligeiramente mais pequena do que é habitual.
No dia 20, a Lua situar-se-á a poucos graus a sul de Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Duas madrugadas depois, terá lugar o quarto minguante entre a constelação do Touro e a dos Gémeos.
Pelas 8h50 de dia 23, o nosso planeta atinge um dos dois pontos da sua órbita em que o eixo de rotação terrestre fica perpendicular à direção do Sol e, consequentemente, os hemisférios norte e sul terrestres se encontram igualmente iluminados.
Em Portugal, chamamos a esta efeméride equinócio outonal, pois, a partir deste instante, o sol passa a ser visto abaixo do equador celeste (projeção da linha do equador na esfera celeste), e assim o hemisfério norte passa a estar voltado na direção contrária à do Sol, marcando o início do Outono.
De notar que, devido ao fenómeno de refração atmosférica, o Sol é visto sempre ligeiramente acima da sua real posição, e assim, no dia do equinócio, o dia dura quase 10 minutos mais do que a noite. De facto, só 3 dias depois do equinócio outonal é que dia e noite têm a mesma duração.
Dia 28 dar-se-á a Lua Nova. Esta é uma boa ocasião para se observar objetos que normalmente seriam ofuscados por ela. Assim, com uns binóculos ou um pequeno telescópio, podemos observar objetos como a galáxia de Andrómeda, a nebulosa planetária da Hélice, ou os aglomerados estelares M2, M15 e M30.
Na madrugada de dia 29, Mercúrio estará meio grau a Norte da estrela Espiga, pertencente à constelação da Virgem, marcando o final de mais um mês de eventos astronómicos.
Boas observações!

Autor: Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC)
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