Ex-trabalhadores da Alicoop reúnem-se hoje em Silves para criar associação

Ex-trabalhadores da Alicoop garantem que «até à presente data não registamos qualquer resultado prático das promessas efetuadas»

Os ex-trabalhadores do Grupo Alicoop/Alisuper, que afirmam continuar «a ser perseguidos pelo Banco BIC», vão esta quarta-feira, 5 de Junho, às 20h00, reunir-se na sede do Grupo Desportivo e Cultural do Enxerim, em Silves, para discutir o que vão fazer e criar uma associação que defenda os seus direitos.

A reunião, que foi convocada pela Comissão de ex-Trabalhadores da Alicoop, liderada por Luís Alves, Luís Bandarra, Sérgio Catarino e Paulo Martins, terá cinco pontos na ordem de trabalhos, um dos quais diz respeito à «apresentação, justificação da criação da associação ALGA», seguida da votação e tomada de posse dos seus corpos sociais.

Em comunicado, a Comissão diz que «ao fim de mais de seis meses de crispação e incertezas quanto ao desfecho do chamado caso dos “lesados Grupo Alicoop contra o BPN/BIC”, os ex-trabalhadores continuam a ser perseguidos pelo Banco BIC, tendo por base um suposto incumprimento num empréstimo realizado em 2008 para ajudar a empresa Alicoop».

Muitos desses antigos trabalhadores do Grupo «encontram-se em dificuldades, alguns sem emprego e outros a viver da reforma, causando assim uma insegurança e incerteza nas suas vidas».

A Comissão de ex-Trabalhadores salienta ter promovido já «várias diligências para procurar uma solução, através do diálogo expedito entre as partes, com o objetivo de repor a verdade, ou seja, desresponsabilizar os ex-trabalhadores de todas as responsabilidades passadas, presentes e futuras, conforme plano de insolvência aprovado e homologado em 21 de Fevereiro de 2012».

No entanto, «seis meses depois, os ex-trabalhadores encontram-se como à partida, sem o reconhecimento da sua desoneração no empréstimo, pese embora todas as entidades com quem a comissão de trabalhadores tem vindo a falar, inclusive o Governo português».

O comunicado recorda que, na sua audição «que ocorreu na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa», foi «unanimemente reconhecido pelos deputados presentes que se tratava de uma injustiça inqualificável e aprovado o apoio à comissão de trabalhadores na procura de soluções», e que seriam promovidas «audiências junto da Procuradoria-Geral da República e do Banco de Portugal».

Só que, sublinham os ex-trabalhadores da Alicoop, «até à presente data não registamos qualquer resultado prático das promessas efetuadas».

A ordem de trabalhos da reunião, que se destina a «dar continuidade à luta dos ex-trabalhadores, para que seja garantido o cumprimento da decisão do Tribunal em desonerar os trabalhadores de qualquer dívida», termina com a marcação de novas «ações de luta».

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