Canetas e mãos: para o cérebro é quase a mesma coisa

Compreender o funcionamento do cérebro é essencial para desenvolver tratamentos para áreas do cérebro que fiquem danificadas

Qual é a semelhança entre uma mão e uma caneta? À partida, nenhuma, mas os cientistas sabem que, por alguma razão, estes objetos estão intimamente ligados no nosso cérebro.

O reconhecimento de objetos é feito em frações de segundo, sendo o córtex visual a zona onde este processamento de informação é feito. Sabe-se que diferentes categorias de objetos ativam áreas diferentes nesta mesma região.

No entanto, a visualização de mãos e objetos manipuláveis (como uma caneta ou um martelo) ativam duas áreas cérebro em comum. E ninguém sabe muito bem porquê.

O processamento visual no cérebro inicia-se no córtex visual primário (área cinzenta), podendo percorrer a via dorsal (área verde), que é responsável pela interação visual e motora com objetos, ou a via ventral (área lilás), relacionada com a identificação dos objetos através da forma.

 

Lénia Amaral

“O objetivo é perceber como é que estas categorias que, à partida, não teriam muito a ver uma com a outra, se relacionam”, diz Lénia Amaral, aluna de Doutoramento no Proaction Lab, Universidade de Coimbra.

Para isso, utiliza técnicas de eletroestimulação para ativar ou inibir áreas específicas no cérebro – uma técnica chamada de tDCS. “O nosso objetivo com a tDCS é exatamente perceber o que é que pode estar aqui em causa”.

Compreender o funcionamento do cérebro é essencial para desenvolver tratamentos para áreas do cérebro que fiquem danificadas, por exemplo, após um acidente vascular cerebral. “Se percebemos que processos cognitivos é que são afetados nestas lesões, a sua reabilitação poderá ser mais fácil”, continua a estudante.

Lénia Amaral apresentou a sua investigação, usando uma linguagem acessível a não-especialistas, no dia 16 de maio, enquanto participante da iniciativa PubhD Coimbra, que se realizou no Aqui Base Tango. A jovem investigadora deu uma “aula ao jeito de conversa” sobre o que se poderá estar a passar, afinal, na nossa cabeça.

 

Veja aqui o vídeo sobre este assunto: https://www.facebook.com/ProactionLab/videos/427076097869985/

 

 

Autor: Daniel Ribeiro (Proaction Lab)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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