Nem a ameaça de chuva parou o Carnaval de Loulé

Recinto mais limpo e livre de copos de plástico foi aposta ganha

O Carnaval de Loulé saiu para rua nesta Terça-Feira de Entrudo, mesmo sob a ameaça de chuva, ao contrário do que aconteceu em muitos pontos do País.

Depois de três dias de muita folia, a festa chega ao fim e, para a organização, a tradição cumpriu-se: «mais uma vez, Loulé voltou a ser uma referência no roteiro dos corsos portugueses e um destino de milhares de foliões que encheram o “sambódromo louletano” – Avenida José da Costa Mealha – de muita animação», salienta a Câmara Municipal em nota de balanço.

Depois de um Domingo Gordo muito solarengo, a segunda e terceira-feira, marcadas por alguns chuviscos, não impediram que o “Circo Selfie”, mote da edição deste ano, trouxesse muita sátira a Loulé, através de 600 figurantes, entre elementos das associações locais, escolas de samba e muitos performers que incorporaram da melhor forma o tema.

Personagens bem conhecidas do mundo da política ou do desporto confundiram-se, nestes dias, com artistas de circo, sempre em tom de paródia, porque é Carnaval e ninguém leva a mal.

Juntaram-se a tudo isto os 14 carros alegóricos, que «são os ex-libris deste corso pela magistralidade artística com que são executados», como salienta a Câmara de Loulé.

Nesta edição, os carros alegóricos recriaram alguns dos episódios que marcaram a atualidade: do Brexit à ida de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo; da eleição de Jair Bolsonaro no Brasil à conturbada presidência norte-americana de Donald Trump; do domínio do presidente do Benfica sobre os rivais FC Porto e Sporting à acusação de violação da norte-americana americana Kathryn Mayorga a Cristiano Ronaldo.

Este que é um dos mais importantes eventos realizados na região algarvia, e que constitui uma manifestação etnográfica muito apreciada pelos estrangeiros, voltou a contar com muitos turistas, que aproveitaram estes três dias para “brincar ao Carnaval à grande e à louletana”.

A par da afluência do público e da qualidade artística do desfile, «outra das notas da edição deste ano diz respeito ao sucesso que foi a introdução do copo ecológico de papel prensado, 100% biodegradável, reutilizável e compostável, nos bares que integraram o espaço do corso», sublinha a autarquia.

No final, «um recinto mais limpo e livre de copos de plástico foi o cenário de uma aposta ganha pela Autarquia de Loulé e que se enquadra na política para a adaptação às alterações climáticas».

Com as contas finais ainda por apurar, certo é que as receitas de bilheteira arrecadadas nos três dias do Carnaval de Loulé serão distribuídas por instituições particulares de solidariedade social e pelas associações que participaram no corso, dando continuidade ao carácter solidário que marca o evento deste a sua génese.

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