Bloco de Esquerda reuniu-se com entidades algarvias

Para João Vasconcelos, «importa ouvir e conhecer toda a realidade do Algarve»

Uma delegação do Bloco de Esquerda, com João Vasconcelos, deputado eleito pelo Algarve, reuniu-se, na passada segunda-feira, 25 de Fevereiro, com as direções da Algfuturo e do Núcleo de Faro da Liga dos Combatentes, bem como com a associação UNIR.

Para o deputado algarvio, «importa ouvir e conhecer toda a realidade do Algarve, para mais facilmente atuar em prol de um desenvolvimento regional equilibrado e de uma melhor qualidade de vida para as suas populações».

Na reunião com a direção da associação empresarial Algfuturo, realizada na parte da manhã, foram apresentadas as linhas programáticas da associação, as quais incidem nos problemas da sazonalidade e da coesão territorial do Algarve.

A associação «converge com o Bloco de Esquerda na defesa da criação da região administrativa do Algarve, logo, ambos favoráveis à implementação da regionalização, enquanto fator de valorização da identidade da região e potenciador de mais e melhor democracia. Para o Bloco, sem regionalização não há descentralização de competências a sério».

Reunião com Liga dos Combatentes

João Vasconcelos apresentou os eixos prioritários políticos do BE no distrito de Faro, tendo destacado a luta contra a precariedade e o direito ao trabalho com direitos, a melhoria dos serviços públicos no Algarve, com destaque para o Serviço Nacional de Saúde, a luta por uma melhor mobilidade, com a abolição das portagens na Via do Infante e a modernização da ferrovia regional, a defesa do ambiente, a aposta nas energias renováveis e na diversificação económica, o direito à habitação para todos e o combate à municipalização dos serviços sociais de acesso universal, entre outros aspetos.

O deputado bloquista manifestou ainda a sua preocupação com o processo de descentralização em curso, resultado de um acordo entre o PS e o PSD, o qual, no seu entender, está a ser mal conduzido. «Neste quadro, os serviços de acesso universal, como a saúde e a educação, são motivo de preocupação para o Bloco, não podendo o Estado central desresponsabilizar-se dos mesmos, como acontece com o atual processo em curso», diz o BE.

Outra das preocupações e motivo de alerta «é a habitação, designadamente a falta de oferta e os preços especulativos daquela que é disponibilizada no mercado de arrendamento».

O Bloco sublinhou, no final na reunião, «que importa não esquecer que, no quadro de uma economia regional pujante, deve ser garantida a melhoria das condições laborais aos trabalhadores algarvios de todos os setores».

Já durante a tarde, na reunião com a Liga dos Combatentes, o seu presidente e o presidente do Núcleo de Faro apresentaram o Estatuto do Combatente, referindo o deputado que a Comissão Parlamentar de Defesa apresentou uma proposta ao Governo para que, ainda nesta legislatura, fosse reunida toda a legislação dispersa nesta área, assim como a concretização de algumas propostas do Estatuto do Combatente, as quais vão ao encontro das reivindicações dos militares.

Visita à UNIR

Foi ainda dado a conhecer que a Liga dos Combatentes tem uma proposta para erigir em Faro um monumento de homenagem aos mortos da I Grande Guerra.

No final da tarde, e já em Loulé, o parlamentar algarvio visitou a associação UNIR, que tem 16 anos de existência e dá apoio a 22 utentes adultos com problemas do foro mental, visando a sua reinserção sócio-familiar e profissional.

«A Associação alertou para o facto de a doença mental estar esquecida por parte do Governo. Muito embora haja alguns apoios, estes são insuficientes face às inúmeras despesas com que a Associação se depara no dia a dia».

Por fim, os bloquistas foram alertados para o facto de o Centro Hospitalar do Algarve não estar a dar respostas para a doença mental no distrito de Faro.

«O serviço de psiquiatria do hospital de Faro não tem serviço de urgência e, em casos de crise, o utente é encaminhado para a urgência normal, fazendo a triagem junto com os outros doentes, sendo depois encaminhados para o respetivo departamento. Mas devido à má articulação dentro do hospital, os utentes ficam “perdidos” e por vezes, ao invés de serem encaminhados para a psiquiatria, acabam por regressar a casa. Trata-se de uma lacuna grave, que revela a falta de sensibilidade para estas patologias, e que deve ser rapidamente resolvida», conclui o BE.

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