Festival de balonismo já acabou, mas «aqui voa-se o ano inteiro»

Helena Sá, a única balonista do Algarve, foi guia para os restantes participantes do festival

Foto: Martyna Mazurek | Sul Informação

O festival de balonismo Rubis Gás Up colocou muitos algarvios a olhar para o céu na última semana. O que muitos não sabem é que um dos mais coloridos balões que “passeou” pelo céu costuma voar na zona do Barlavento o ano inteiro, pilotado pela única balonista do Algarve.

Foi Helena Sá, fundadora da Algarve Balloons, que transportou, no seu balão, a equipa de reportagem do Sul Informação entre o Morgado do Reguengo, em Portimão, e Odiáxere, fazendo o papel de guia para os restantes balões do festival.

«Eles seguem-me. Fazemos aqui uma pequena competição: eu sou a lebre e eles são as raposas. Vence quem conseguir aterrar mais perto de mim. Eles devem seguir-me e eu devo levá-los para uma zona ampla e boa para aterrar», explicou.

O papel de “lebre” foi atribuído a Helena Sá, porque conhece os ventos da região, no que ao balonismo diz respeito, melhor do que ninguém. Já voa no Algarve desde 2002, quando se mudou para a região, mas a sua relação com os balões de ar quente começou muito mais cedo, mais precisamente, há 27 anos, na África do Sul.

Helena Sá | Foto: Martyna Mazurek/Sul Informação

«Eu trabalhava num hotel, no Kruger National Park, e havia um senhor que andava a fazer voo de balões. Um dia, ele pediu-me para fazer o marketing dele no hotel e eu perguntei: “como posso fazer isso, sem saber o que é?”. Então, ele levou-me num primeiro voo, num segundo voo e, ao terceiro, já estava completamente “apanhadinha” pelo desporto», conta.

Apesar de ser filha de pais portugueses, a primeira vez que conheceu verdadeiramente Portugal foi através de um convite para fazer a travessia do país em balão de ar quente. «Nessa altura vivia em Inglaterra, mas nunca pensei em vir para cá. Mas, fazendo a travessia, vi os caminhos interiores de Norte a Sul e vi Portugal de outra maneira. A magia do balonismo é essa: ver o mundo de outra forma».

Esse foi o primeiro passo para se fixar no Algarve, uma zona que «não é fácil para voar. Diria que, para pilotos inexperientes, não é o melhor sítio para começar e tem muitas limitações. No entanto, é uma região extremamente linda. Tem a montanha, os vales do Barrocal, as vilas, o mar a Sul e a Oeste. É um cenário incrível».

Foto: Martyna Mazurek | Sul Informação

Este ano, Helena Sá deu a conhecer o “seu” Algarve a balonistas internacionais que, «no primeiro dia, ficaram um bocadinho hesitantes, mas depois do primeiro voo, ficaram muito contentes». Agora, «se calhar, alguns já não vão sair daqui», graceja.

Segundo a balonista, «inicialmente, a Rubis Gás queria levar o festival para Faro, mas em Faro não dá para voar e temos o aeroporto. Então, tentámos convencer a trazer o evento para aqui, para a zona onde costumo voar. Acho que as pessoas do Barlavento algarvio já mereciam ver mais balões e não apenas os os dois [da Algarve Balloons], a que estão habituadas».

Se não teve oportunidade de fazer o batismo de voo de balão durante o festival, pode entrar em contacto com a Algarve Balloons para que isso aconteça, até porque, apesar de a melhor altura para voar no Algarve ser durante os meses de Setembro, Outubro e Novembro, «aqui, voa-se o ano inteiro», conclui Helena Sá.

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