Três “chuvas de estrelas” vão iluminar (mas pouco) o céu de Novembro

Também é o mês ideial para ver o Sete-Estrelo

Na segunda madrugada do mês, a Lua passará ao lado de Régulo, o coração da constelação do Leão. Este acontecimento repetir-se-á no dia 29. Mas, enquanto o primeiro evento ocorre cinco dias antes da Lua Nova, o segundo terá lugar na véspera do quarto minguante.

Nesta época do ano, a Terra atravessa o rastro do cometa Enke. A entrada de poeiras e pequenas rochas na nossa atmosfera dará origem a duas chuvas de meteoros muito fracas (as Táuridas do Sul e as Táuridas do Norte, com picos de atividade respetivamente nos dias 5 e 17), que não chegarão a uma mão-cheia de meteoros por hora.

Na tarde de dia 6, véspera da Lua Nova, o planeta Mercúrio atinge o seu maior afastamento para leste relativamente à posição do Sol. Este evento dar-nos-á mais tempo para observarmos Mercúrio ao anoitecer.

No entanto, a partir de dia 21, Mercúrio estará numa direção tão próxima da do Sol que deixará de ser possível observá-lo. Mercúrio será visto ao pé de Antares. A maior aproximação entre estes dois astros será no dia 9, estando separados por menos de 2 graus.

Júpiter é outro planeta que só iremos observar ao anoitecer durante parte de Novembro, deixando de ser possível fazê-lo a meados do mês.

Céu a sul ao anoitecer de dia 1. Igualmente é visível a posição da Lua e dos planetas Mercúrio e Marte em vários dias do mês. (Imagem adaptada de Stellarium)

Dia 11, a Lua passará ao lado de Saturno, planeta que, por estes dias, se encontra na constelação do Sagitário.

Na noite de dia 14 para 15, Vénus estará a menos de um grau da estrela Espiga da constelação da Virgem. Este planeta será visto durante todo o mês, como estrela da manhã.

O quarto crescente terá lugar na tarde de dia 16. Na madrugada seguinte, a Lua irá passar tão perto de Marte, que, em alguns locais do sul da Argentina e do Chile, irá assistir-se à ocultação deste planeta pela Lua.

Na noite de dia 17 para 18, ocorre o pico de mais uma chuva de meteoros: as Leónidas. O nome desta chuva de estrelas vem do facto destes meteoros (provenientes do cometa Temple-Tuttle) parecerem irradiar da cabeça da constelação do Leão. Apesar de mais intensa que as Táuridas, esta chuva de estrelas terá no máximo uma dezena de meteoros por hora.

Céu a sudeste pela 1 hora da madrugada de dia 18, com alguns objetos de interesse e os radiantes das chuvas de estrelas Táuridas do Norte e do Sul e o das das Leónidas. Igualmente é indicada a localização da Lua ao longo do mês. (Imagem adaptada de Stellarium)

A Lua Cheia chegará ao final da madrugada de dia 23, situando-se ligeiramente abaixo da cabeça constelação do Touro.

De notar que, ao início da noite seguinte, a Lua ter-se-á aproximado de Aldebarã, o olho desta mesma constelação, e, quatro dias depois, já terá atingido a constelação do Caranguejo e o se aglomerado estelar o presépio.

O Sete-Estrelo (ou Plêiades) é outro aglomerado estelar que podemos observar facilmente nesta altura do ano, bastando olhar para a parte traseira da constelação do Touro.

Igualmente, se as condições o permitirem (tanto meteorológicas como relativamente a poluição luminosa), é possível observar a galáxia de Andrómeda, com uns bons binóculos ou um pequeno telescópio.

Boas observações!

Autor: Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC/OGAUC)

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