Os 29 linces-ibéricos que estavam no Centro Nacional de Recuperação do Lince Ibérico, perto da Barragem do Arade, em Silves, e que foram retirados na quarta-feira, por causa do grande incêndio dos últimos dias, já estão em segurança em três centros de Espanha, anunciou o Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF).
Os animais – adultos e crias – passaram a primeira noite, de quarta para quinta-feira, no pavilhão desportivo da Escola EB 2,3 Jacinto Correia, em Lagoa, local disponibilizado pela Câmara Municipal desta cidade algarvia, tal como o Sul Informação já tinha noticiado.
Mas os 29 linces foram transportados na manhã de ontem, dia 9 de Agosto, para os Centros de Cria espanhóis de El Acebuche, no Parque Nacional de Doñana (Huelva), onde ficaram oito animais, La Olivilla, em Jaén (12 animais), e Zarza de Granadilla, em Cáceres (9 animais), em Espanha.
Nesse transporte, foram escoltados quer pelo Destacamento de Trânsito de Albufeira, até à fronteira em Vila Real de Santo António, quer pelo de Grândola, que acompanhou a coluna de viaturas de transporte de animais até à fronteira de Elvas.
O ICNF informou que a estratégia de retirar os animais foi «fundamental», uma vez que, pouco tempo depois, «o incêndio atingiu com severidade o Centro de Reprodução».
Estiveram envolvidos nesta operação técnicos do ICNF, vigilantes da natureza, técnicos especialistas em fogo, técnicos especialistas em fauna selvagem, veterinários e, claro, a equipa técnica do Centro de Reprodução, responsável pela captura dos animais, além de militares, elementos da GNR e ainda funcionários da Câmara de Lagoa.
O ICNF anunciou ainda estar «a fazer o levantamento e a avaliação dos danos causados pelo incêndio no CNRLI, para proceder com a maior brevidade possível à sua recuperação e poder dar seguimento ao processo de reintrodução de Lince Ibérico em Portugal».
O Centro Nacional de Recuperação do Lince Ibérico, situado na Herdade das Santinhas, no interior serrano do concelho de Silves, foi inaugurado a 22 de Maio de 2009, como medida de compensação pela construção da vizinha barragem de Odelouca. Até agora, já lá nasceu mais de uma centena de crias, grande parte delas usadas para reintroduzir esta espécie na natureza.
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