Refeições das escolas algarvias têm «elevada qualidade nutricional»

As refeições das escolas algarvias têm «elevada qualidade nutricional», de acordo com os resultados do programa de Promoção da Qualidade […]

Créditos: Depositphotos

As refeições das escolas algarvias têm «elevada qualidade nutricional», de acordo com os resultados do programa de Promoção da Qualidade Nutricional das Refeições em Estabelecimentos de Educação da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.

Entre os anos letivos de 2004/2005 e 2015/2016 «registou-se uma melhoria significativa da qualidade nutricional das refeições das escolas algarvias, verificando-se uma taxa de variação de cumprimento global dos critérios de 64%, tendo-se constatado no ano letivo de 2015/2016 uma taxa de cumprimento global de 72%», diz a ARS.

De acordo com os resultados, apresentados esta segunda-feira, dia 4 de Junho, da avaliação comparativa da análise qualitativa das ementas escolares no Algarve realizada no âmbito do Programa de Promoção da Qualidade Nutricional das Refeições em Estabelecimentos de Educação do Algarve, dinamizado pela Administração Regional de Saúde do Algarve, em parceria com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares – Direção de Serviços do Algarve e as Câmaras Municipais do Algarve.

Este programa de vigilância da qualidade nutricional das ementas fornecidas em todas as Escolas da rede pública do Algarve é o único a nível nacional que avalia as ementas escolares de toda a região, com análises comparativas entre anos letivos e com critérios de avaliação da qualidade nutricional das ementas bem definidos, e teve inicio com a primeira avaliação no ano letivo 2004/2005, à qual se seguiram a segunda, relativa a 2006/2007, a terceira, respeitante a 2009/2010, e a última referente a 2015/2016.

Em termos metodológicos, as ementas têm sido sempre avaliadas de acordo com um conjunto de dez critérios, desde o início definidos pela ARS Algarve, sendo que, no ano letivo de 2015/2016, foram avaliadas 3286 ementas provenientes de 377 escolas frequentadas por 59856 alunos de quatro níveis de escolaridade diferentes.

No decorrer da sessão juntou profissionais da saúde, educação e autarquias no auditório da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares – Direção de Serviços do Algarve em Faro, com a presença de Tiago Botelho, vogal do Conselho Diretivo da ARS, Rui Lima, nutricionista da Direção Geral da Educação, Teresa Laranjo, em representação da Direção Geral de Estabelecimentos Escolares do Algarve, e Teresa Sofia Sancho, coordenadora regional do Programa Nacional de Promoção de Alimentação Saudável (PNPAS) do Algarve.

Teresa Sofia Sancho destacou que, ao longo dos últimos 11 anos, «houve uma melhoria da qualidade nutricional das refeições, servidas nas cantinas das escolas da rede pública do Algarve, com uma taxa de variação positiva de 64%».

Dos dez critérios avaliados, a coordenadora do PNPAS do Algarve realçou «o cumprimento em pleno das sopas com produtos hortícolas ou leguminosas e também o cumprimento da percentagem máxima de fritos nas ementas», acrescentando ainda que, quatro dos 16 concelhos, têm uma classificação final de muito bom, ou seja, acima dos 90%, sendo que Alcoutim cumpriu todos os critérios a 100%.

No que diz respeito às escolas e ao nível de ensino, o ensino secundário foi aquele que registou uma melhoria qualitativa mais notável, sendo que na primeira ronda era aquele que apresentava a taxa de cumprimento mais baixa e nesta última ronda é o nível de ensino que apresenta a taxa de cumprimento mais elevada»

No entender da responsável pela área da nutrição da ARS Algarve, os resultados alcançados nos últimos anos devem-se «a todo o trabalho concertado de combate à obesidade de educação alimentar com as famílias, com as crianças, o trabalho que temos vindo a desenvolver com as grávidas».

«De acordo com o COSI 2016, o Algarve, foi a região do país onde se registou uma maior percentagem de crianças que foram amamentadas num período superior a 6 meses (47,4%). Ou seja, há todo um conjunto de dados que, do ponto de vista epidemiológico, nos fazem acreditar que todo o trabalho de intervenção que temos feito em diversas frentes, a formação dos nossos técnicos, médicos e enfermeiros das nossas equipas, a formação dos professores, a intervenção nas cantinas, o trabalho com as grávidas, todo este trabalho no seu conjunto tem dado frutos».

No mesmo âmbito, Tiago Botelho sublinhou que «este trabalho é muito importante não só pela articulação entre a educação e a saúde, mas, sobretudo, porque este programa permite-nos contribuir para, em conjunto, melhorarmos a saúde pública dos nossos jovens e ao mesmo tempo alcançarmos as metas a que nos propomos, no âmbito do Plano Nacional de Saúde, que passa por controlar a incidência e a prevalência do excesso de peso na população infantil e escolar limitando o seu crescimento até 2020».

Por seu lado, a representante da DGEst-Algarve Teresa Laranjo mostrou-se bastante satisfeita com os resultados alcançados e manifestou a total disponibilidade para manter esta colaboração com vista «a promover estilos de vida saudáveis e tornarmos a nossa comunidade escolar cada vez mais saudável».

Da parte da Direção Geral da Educação Rui Lima, traçando uma breve perspetiva sobre a atual estratégia nacional de promoção da educação alimentar nas escolas, elogiou o trabalho desenvolvido nos últimos anos pela equipa de nutricionistas da ARS Algarve em parceria com as escolas da região.

«Os resultados são bastante animadores e demonstram que o Algarve está no bom caminho. Não é por acaso que no COSI 2016 a região do Algarve é a que apresenta os valores de prevalência da obesidade mais baixa a nível nacional».

Destacando que os resultados observados e agora apresentados são reveladores do esforço empenhado de todas as instituições envolvidas, a coordenadora do PNPAS do Algarve explicou que, «tal como aconteceu com as rondas anteriores, as nutricionistas responsáveis vão reunir com todos os envolvidos localmente, ou seja, as autarquias, os agrupamentos escolares, as equipas de saúde escolar, as associações de pais, para que, todos em conjunto, encontrem as melhores soluções tendo em conta o cumprimento dos critérios de avaliação e uma boa e desejável recetividade dos alunos no consumo destas refeições mais equilibradas. Ou seja, tem de haver aqui um ponto de equilíbrio entre a alimentação saudável e aquilo que é aceitabilidade por parte dos alunos».

A avaliação da qualidade nutricional das refeições tem sido sempre realizada com o recurso a dez critérios de análise referentes aos aspetos qualitativos da sopa, em termos de fornecimento de produtos hortícolas, hortaliças e leguminosas; à qualidade nutricional do segundo prato no que diz respeito à presença de produtos hortícolas, leguminosas, pescado e respetiva confeção, bem como à qualidade da sobremesa proporcionada nas refeições.

Desde 2004/2005, a taxa de cumprimento global, considerando estes critérios, tem aumentado progressivamente, com taxas de variação têm sido cada vez menores, de 31% entre a 1ª avaliação e a 2ª avaliação, de 21% entre a 2ª e a 3ª avaliação e de 4% entre a 3ª e a última avaliação.

Comentários

pub