Cônsul de Marrocos não escolhe lados, mas vitória de Portugal vinha «equilibrar» a história

No coração do arquiteto José Alberto Alegria cabem dois países, Portugal e Marrocos, cujas seleções nacionais se irão defrontar esta […]

No coração do arquiteto José Alberto Alegria cabem dois países, Portugal e Marrocos, cujas seleções nacionais se irão defrontar esta quarta-feira, às 13h00, no Mundial 2018, que está a decorrer na Rússia. O cônsul honorário do Reino de Marrocos no Algarve não escolhe lados, mas não deixa de salientar que uma vitória portuguesa que vingasse o desaire luso de 1986, no México,  permitiria «repor o equilíbrio».

A forte ligação de José Alberto Alegria com Marrocos, que vai muito além das suas funções oficiais, faz com que há muito este jogo venha à baila, em conversas que mantém com diferentes pessoas. «Ainda há pouco uma amiga minha ligou para gozar comigo, a perguntar por quem eu ia torcer», revelou ao Sul Informação, a rir, o cônsul de Marrocos no Algarve.

«Eu tenho um afilhado de seis anos que joga futebol. Ele é luso-marroquino. Há uns dias, ele disse-me: na quarta-feira, acho que devem ficar empatados. Assim ficávamos todos bem», contou.

O sentimento de José Alberto Alegria não difere muito do seu «afilhado-sobrinho». «Há sempre um sentimento de divisão. Eu quero que ganhe o melhor, ficarei contente se ganhar uma ou outra equipa. Se calhar o empate não seria mau…», disse.

No entanto, recordou, «hoje em dia, ao andarmos nos souks marroquinos, ainda gozam connosco [portugueses] por causa da derrota de 1986, no mundial do México. Tendo em conta que já passaram 30 anos, uma vitória portuguesa permitiria repor o equilíbrio, a longo prazo».

Seja qual for o resultado, o cônsul de Marrocos na região tem a convicção que a festa não deixará de se fazer e que os adeptos dos dois países se vão entender. «Estive a ver imagens na televisão de marroquinos e portugueses a festejar juntos em Moscovo. Penso que será pacífico», disse.

«Em Marrocos, sempre houve um grande apoio à seleção portuguesa. Em 2016, apoiaram Portugal, inclusivamente contra a França. Há uma grande simpatia pelo Cristiano Ronaldo, que tem ligações e investimentos em Marrocos», ilustrou.

José Alberto Alegria vai ver a partida, mas «sozinho em casa», apesar de até ter sido convidado para ver o jogo num restaurante perto da sua casa, em Albufeira, onde se juntará uma grande comunidade luso-marroquina. «Até fui eu que emprestei uma bandeira de Marrocos ao restaurante», concluiu.

 

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