Monchique e Marmelete vivem “Noites das Facas Longas” com muito medronho à mistura

Num primeiro momento, o nome pode causar estranheza e remeter para a purga que Hitler fez aos seus opositores, no […]

Num primeiro momento, o nome pode causar estranheza e remeter para a purga que Hitler fez aos seus opositores, no longínquo ano de 1934. Mas não será nada disso que vai acontecer em Monchique e Marmelete, já a partir desta quinta-feira, 15 de Março. O medronho volta a ser pano de fundo para o teatro, em “Noites das Facas Longas” que se dividem em dois espetáculos: “Tudo Numa Noite” e “Serra”.

Giacomo Scalisi é o mentor de mais este projeto do “Lavrar o Mar”, integrado no “365Algarve”. Em conversa com o Sul Informação, explicou que o nome “Noite das Facas Longas” teve inspiração no facto de este espetáculo querer ser a «noite onde tudo acontece e fica claro».

É que, depois da primeira edição no ano passado, agora vão fechar-se as trilogias de Afonso Cruz e de Sandro William Junqueira, os autores dos textos desta performance teatral que tem as destilarias de medronho como palco.

Tudo se faz em continuidade com a edição passada, sempre à descoberta dos rituais alquímicos da destilação do medronho e ao ritmo das histórias que vão sendo contadas.

O primeiro espetáculo será “Tudo Numa Noite”, dos dias 15, 16, 17 e 18 de Março, a partir das 19h00, em Monchique. O ponto de encontro é no Heliporto da vila. Daí, haverá transporte para a destilaria onde se vão contar as lutas pelo medronho entre os Monteiro e os Capote.

«Vamos ter três personagens do nosso Romeu e Julieta monchiquense. Já ouvimos o Teodoro e a Filomena e agora vamos ter o Ezequiel, irmão de Teodoro», revelou Giacomo Scalisi.

Casa do Medronho de Marmelete

Desvendando um pouco o que será a história, escrita pelo escritor algarvio Sandro William Junqueira, descobre-se, agora, que foi Ezequiel a tramar «toda a vida de Teodoro».

Para acompanhar, haverá, claro, medronho! Mas não só: também tiborna, pão com chouriço, pão com torresmo e um baile, à moda monchiquense, no fim.

Já o segundo espetáculo será o “Serra”, na aldeia de Marmelete, nos dias 22, 23, 24 e 25 de Março, a partir das 19h00.

«Marmelete está a meio caminho  entre Monchique e Aljezur e, para nós, fazia muito sentido ter um ponto de encontro estas duas vilas», enquadrou Giacomo.

Em “Serra”, haverá três destilarias a visitar. Uma delas será a própria Casa do Medronho, que é o ponto de encontro para o espetáculo. Três grupos vão ouvir três histórias, sempre no feminino, de Afonso Cruz.

Uma das intérpretes será Marta Gorgulho, que falou com o Sul Informação logo após o primeiro ensaio. A atriz confessou ter aceitado o convite de Giacomo por ser «um desafio». Quanto ao que esperar da sua interpretação, referiu que ainda está «a mergulhar no texto».

E de que nos fala este texto? «Fala-nos das vivências na Serra, sobre o que é a vida nestes territórios. É uma maneira de fechar a belíssima história do Afonso Cruz», iniciada no ano passado, explicou Giacomo Scalisi.

Aqui, o espetáculo será feito ao ritmo do jantar. Numa destilaria, é servida a entrada, na outra o prato principal e, na última, a sobremesa.

E nem só de teatro e comida se fará este espetáculo. Haverá bailes no final de cada apresentação, assim como um «grande baile», no fim de todas as apresentações, no «meio de Marmelete».

Todas as produções do “Lavrar o Mar” têm sido, este ano, um sucesso. Muitas até têm contado com casa cheia, algo que deixa Giacomo Scalisi surpreendido. Mas, a verdade é que tem um objetivo para estas “Noites das Facas Longas”: «esgotarmos sempre».

Por agora, já há muitos bilhetes vendidos, mas ainda vai a tempo de adquirir o seu ingresso, podendo fazê-lo aqui.

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