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Sul InformaçãoO impacto do Tsunami de 1755 no Algarve é o tema de mais uma palestra do ciclo «6ª Com Ciência», marcada para dia 3 de Novembro, às 20h30, no Centro Ciência Viva de Lagos.

O CCV Lagos convidou Pedro Costa, professor da Universidade de Lisboa, para falar e apresentar de que forma e até onde este tsunami terá afetado todo o Algarve. A palestra tem entrada livre.

«Até onde avançou a onda? Qual o efeito destruidor deste tsunami? Como conseguem os cientistas saber os efeitos de um fenómeno ocorrido há séculos?» Estas são algumas das questões que Pedro Costa procurará responder.

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Na verdade, o Centro Ciência Viva de Lagos traz a esta cidade este investigador para duas palestras em contextos muito diferentes. A primeira, na quinta-feira, dia 2 de Novembro, terá como participantes a Tertúlia de Lagos e irá decorrer num restaurante da cidade. Esta colaboração com este grupo de cidadãos de Lagos visa, segundo o CCV, «incrementar a relevância da Ciência na sociedade lacobrigense», complementada com a palestra no dia seguinte, para o grande público, no edifício do Centro Ciência Viva de Lagos.

 

Do que é que se vai falar na palestra?

A geologia é essencial para que se analise e compreenda melhor um evento como o tsunami de 1 de Novembro de 1755 que afetou, principalmente, a costa portuguesa e, em particular, a costa algarvia. Em situações onde o registo instrumental não está disponível, os dados históricos e geológicos são a única ferramenta para reconstituir o alcance e a magnitude de inundações ocorridas no passado.

Recorrendo a um conjunto de técnicas sedimentológicas e após contextualização geomorfológica, o registo geológico de tsunamis é analisado para encontrar as evidências deixadas pelos tsunamis na estratigrafia costeira.

O registo geológico de tsunamis tem-se focado na análise de sedimentos arenosos, depositados em contexto específico, e em depósitos de blocos, detetados muitas vezes por se encontrarem a cotas ou distâncias à linha de costa “anómalas”.

As técnicas e os critérios utilizados no reconhecimento de depósitos de tsunamis apoiam-se numa abordagem pluridisciplinar envolvendo critérios geométricos, de proveniência sedimentar, granulométricos, geoquímicos e cronológicos.

Posteriormente, correlaciona-se a movimentação associada a estes depósitos com as ondas capazes de os transportar e depositar, reconstituindo-se então as características das ondas forçadoras.

Sul InformaçãoNesta apresentação serão apresentados locais onde a assinatura geológica do tsunami de 1755 já foi confirmada: Martinhal, Barranco, Furnas, Boca do Rio, Alcantarilha, Salgados, Carcavai e Ria Formosa.

A investigação tem possibilitado uma melhor caracterização (i.e. reconstrução detalhada) de eventos tsunamigénicos principais que ocorreram durante os últimos ca. 12000 anos, no Atlântico Norte (e.g. 1755 e Storegga), no estabelecimento de run-up (cota), extensão de inundação, proveniência sedimentar e na definição de fases de inundação.

Estes resultados contribuem de forma inequívoca para uma melhor definição do risco costeiro e para um melhor conhecimento destes fenómenos e das suas consequências.

Os trabalhos de investigação no litoral Atlântico do sul da Ibéria sugerem intervalos superiores a 2000 anos como intervalos de retorno característicos de tsunamis muito intensos, com origem em sismos de grande magnitude, e capazes de afetar a totalidade do litoral do Golfo de Cádiz e Atlântico ocidental da Ibéria e Marrocos.

 

Quem é Pedro Costa?

​Pedro J. M. Costa e Professor Auxiliar Convidado e Investigador Pós-Doutorado no Instituto Dom Luiz e Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências, da Universidade de Lisboa.

A investigação que tem desenvolvido foca-se no estudo de processos costeiros utilizando ferramentas sedimentológicas e geomorfológicas, conjugada com modelação numérica e física, com o propósito de compreender as alterações morfológicas e sedimentares provocadas por catástrofes naturais (e.g. tsunamis e tempestades).

Esta investigação tem possibilitado uma melhor caracterização (i.e. reconstrução detalhada) de eventos tsunamigénicos (e.g. 1755 e Storegga) no estabelecimento de run-up, extensão de inundação, proveniência, fases de inundação, etc.

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