Agosto é mês de chuva de estrelas e de eclipse parcial do Sol

O mês de Agosto será marcado, como sempre, pela chuva de estrelas das Perseidas, uma das maiores do ano, e […]

O mês de Agosto será marcado, como sempre, pela chuva de estrelas das Perseidas, uma das maiores do ano, e ainda por um eclipse do Sol, que em Portugal será apenas parcial.

No início do mês, o planeta Júpiter (aquela “super estrela” a Oeste, visível mesmo antes de anoitecer por completo) ainda se pode observar até às 23h30, mas este planeta está a pôr-se cada vez mais cedo. No final de Agosto, passa abaixo do horizonte logo às 21h45.

No dia 2, a nossa Lua em quarto crescente passa a apenas 4 graus do planeta Saturno, e no dia 7 alcança a fase de lua cheia.

Apenas cinco dias depois, ocorre o máximo de atividade da “chuva” de meteoros das Perseidas, uma das maiores “chuvas de estrelas” do ano.

A “chuva” tem um máximo previsto entre das 15h00 do dia 12 e as 2h30 do dia 13, mas a constelação de Perseu, onde se situa o radiante (ponto de onde parecem emanar os meteoros), só está completamente acima do horizonte por volta das 23h30 – a mesma hora a que nasce, logo ao lado na constelação de Peixes, a Lua.

Assim, apesar desta chuva tipicamente apresentar 100 meteoros por hora (em céus escuros), o brilho da Lua deve cortar esse número para metade, o que significa que o número de meteoros visíveis em cidades será baixo.

Mas nem tudo são más notícias, pois as Perseidas são ricas em “bolas de fogo” (meteoros ligeiramente maiores e mais brilhantes), pelo que deverá valer a pena ficar uma hora ou duas a olhar o céu.

Dia 15, a Lua alcança o quarto minguante e, no dia 19, um minguante já bem fino passa a apenas 2 graus de Vénus, a outra “super estrela” visível no céu. Mas, enquanto Júpiter aparece logo ao anoitecer, este só estará visível próximo das 4h30 da manhã.

Dia 21, dia de lua nova, é também dia de eclipse do Sol. Este será total na parte central dos EUA, mas será visível como parcial na América do Norte, numa boa parte da América do Sul (por exemplo, no Norte do Brasil) e no Atlântico Norte.

Nos Açores, a Lua começa a tapar o Sol por volta das 18h35 (hora local), com pouco menos de 28% da superfície solar oculta às 19h25, terminando por volta das 20h12 (pouco antes do anoitecer).

Na parte Oeste do Norte de África e na Península Ibérica, o eclipse será também parcial, mas não será possível observar o final, que ocorre depois do pôr-do-sol. Quanto ao território nacional, quanto mais para Sul, maior será a percentagem do Sol oculta.

As horas de início e máximo são semelhantes em todo o Continente. O eclipse começa por volta das 19h44 (hora legal), e durante o máximo, que ocorre pelas 20h20, em Bragança a Lua tapa 14% da superfície solar, no Porto pouco ultrapassa os 15%, em Lisboa chega aos 19%, enquanto em Faro alcança quase 22% da superfície solar oculta.

O melhor local de Portugal para observar este eclipse será a Região Autónoma da Madeira, com o eclipse a começar pelas 19h48, alcançando uma ocultação de cerca de 33%, às 20h35.

No dia 25, a Lua passa a 2 graus de Júpiter, ao anoitecer. No dia 29 atinge o quarto crescente e um dia depois passa novamente por Saturno, desta vez a apenas 2 graus.

Boas observações.

 

 

Autor: Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

O céu virado a Nordeste, cerca da 1h30 do dia 13 de Agosto de 2017. Na imagem, pode ver-se o radiante da “chuva” de meteoros das Perseidas e o intenso brilho da Lua, na constelação vizinha de Peixes. (Imagem: Ricardo Cardoso Reis /Stellarium)

 

Simulação do máximo do Eclipse parcial do Sol de 21 de Agosto de 2017, observado no Funchal. (Imagem: Stellarium)

 

 

Comentários

pub