Em Maio, há uma “chuva de estrelas” com “restos” do cometa Halley

O início e final do mês de Maio serão propícios à observação lunar pois, perto do quarto crescente, a forma […]

O início e final do mês de Maio serão propícios à observação lunar pois, perto do quarto crescente, a forma como a luz solar incide sobre a Lua realça o seu relevo.

Na madrugada de dia 3 (i.e. aquando do quarto crescente), a Lua situar-se-á ao pé da constelação do Caranguejo e do aglomerado estelar Colmeia (também chamado de Presépio). Uma nova passagem da Lua por esta constelação será presenciada no penúltimo dia do mês, mas a repetição desta efeméride já não coincidirá com o quarto crescente (que só voltará a ter lugar no arranque de Junho).

Pelas 22h50 (em Portugal continental e no arquipélago da Madeira) de dia 4, a Lua atravessar-se-á à frente da estrela Ró da constelação do Leão (r Leo), ocultando-a durante cerca de uma hora. Este evento também será visto na região autónoma dos Açores, pouco depois das 21 horas locais.

Nas duas madrugadas seguintes (dias 5 e 6), iremos assistir ao pico de atividade da chuva de estrelas Eta Aquáridas. Estes objetos não são mais do que pequenas rochas e poeiras libertadas pelo cometa Halley ao longo do seu percurso, as quais acabam por ser intercetadas pelo nosso planeta, parecendo-nos surgir de uma parte do céu (o radiante) situada na vizinhança da estrela Eta da constelação do Aquário, daí o seu nome.

Espera-se que, no período de maior atividade, sejam vistas no máximo duas dezenas de meteoros. Mas este número é calculado para condições de observação ideais, decaindo significativamente à medida que nos aproximamos de locais com alguma poluição luminosa.

No final da primeira semana do mês, iremos encontrar o planeta Marte poucos graus acima de Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Este mês oferece-nos algumas das ultimas oportunidades do ano para observarmos Marte ao anoitecer.

Igualmente na noite de dia 7, a Lua passará a poucos graus a Norte de Júpiter, planeta que, por estes dias, é visível na constelação da Virgem. Três dias depois, terá lugar a Lua Cheia junto à constelação da Balança.

Na noite de dia 13 para 14, iremos encontrar a Lua um pouco acima de Saturno, planeta que, por esta altura, situa-se numa parte do céu pertencente à constelação do Sagitário.

O quarto minguante terá lugar na madrugada de dia 19, junto à constelação do Aquário, nascendo pelas 2h30 da madrugada.

No dia 22, a Lua será vista junto a Vénus, planeta que se apresenta durante todo o mês como estrela da manhã. Já na madrugada de dia 24, véspera da Lua Nova, iremos encontrar o nosso satélite natural ao lado de Mercúrio, planeta que apenas será visível pouco antes do amanhecer.

A presença da Lua ao pé de Régulo, o coração da constelação do Leão, sinaliza a última noite de observação do mês.

Boas observações!

 

Autor: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

Figura 1: Céu a sudoeste pelas 21h30 de dia 2, com algumas estrelas, planetas, constelações e outros objetos de destaque, tais como o aglomerado estelar Colmeia e a Nebulosa de Órion (M42). Igualmente é visível a posição da Lua nos dias 4 e 7.
(imagem adaptada de Stellarium)

Figura 2: Céu a sudeste pelas 5h30 de dia 14. Igualmente é visível a posição da Lua e de Vénus no dia 22 e o radiante da chuva de estrelas Eta-Aquáridas.
(imagem adaptada de Stellarium)

 

 

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