Vinham de longe, com o mesmo sonho, que só os adeptos do Moreirense cumpriram

Não era a final mais provável, mas o jogo, nas quatro linhas, ditou que fossem Moreirense e Sporting de Braga […]

Não era a final mais provável, mas o jogo, nas quatro linhas, ditou que fossem Moreirense e Sporting de Braga a lutar pela conquista da Taça da Liga. Quando as equipas minhotas subiram, ontem, dia 29 de Janeiro, ao relvado do Estádio Algarve, contaram com uma certeza: o apoio dos adeptos.

Alguns vieram de propósito para ver o jogo. Outros aproveitaram o fim-de-semana e passaram uns dias na região. Todos tinham o mesmo sonho: ver a sua equipa levantar o troféu. No final, este desejo só se concretizou para os adeptos do Moreirense, que venceu por 1-0.

À entrada do Estádio Algarve, poucas horas antes do apito inicial, o ambiente era calmo: as tradicionais roulottes de comida posicionavam-se junto à estrada, num canto, os polícias afinavam estratégias de segurança para o jogo, noutro, mas os adeptos… eram poucos.

Ainda assim, Severino Porto, adepto do Moreirense, ia passeando, de cachecol ao pescoço, junto a uma das zonas de entrada no Estádio. «Na quinta-feira, na meia-final, estive cá. Voltei a Moreira de Cónegos, e hoje vim de novo para a final, numa excursão com a minha mulher», contou à reportagem do Sul Informação.

O momento era, para este adepto, «histórico», até porque esta foi a primeira vez que o Moreirense disputou uma final de uma competição oficial. «Estamos confiantes. Nós e o Braga somos equipas do mesmo distrito, mas que a taça venha para nós», dizia, entre sorrisos. Mal sabia, ainda, que havia de rir mesmo.

Confiante, Severino até atirou um prognóstico com direito a marcadores de golos… «chega ganharmos por 2-1. Marca o Boateng e o Podence». Enganou-se nas duas previsões: o Moreirense venceu, mas por 1-0, e o golo pertenceu a Cauê. Já quanto ao apoio nas bancadas, a opinião de Severino confirmou-se: «não prevejo estádio cheio».

Noutra zona, José Costa e Augusta Monteiro, adeptos do Sporting de Braga, também esperavam, equipados a rigor, pelo início da partida. Este casal não assistiu à meia-final, contra o Vitória de Setúbal, «por uma questão de horas», contou José Costa ao nosso jornal. «Como vim de avião, não cheguei a tempo, mas aproveitei e passei uns dias em Vilamoura, onde tenho casa», revelou.

Ao longo da semana, houve várias iniciativas, como a “Corrida do Adepto” e o Jogo das Lendas, mas o casal não participou em nenhuma. Ainda assim, José tem uma proposta para o próximo jogo dos arsenalistas no Algarve: «hei de trazer um monte de propostas de sócio de Braga para os algarvios», disse, bem disposto.

Quanto à rivalidade entre Braga e Moreirense, este casal dizia «ser pequena». Pelos cânticos nas bancadas, e pelo arremesso de um petardo, por parte de adeptos arsenalistas, para junto dos jogadores do Moreirense, nos festejos do golo, a ideia que transpareceu foi, porém, outra.

José e Augusta previam «festa rija» caso o Braga vencesse, o que acabou por não acontecer. Numa das zonas onde se encontravam adeptos, mas do Moreirense, também já havia quem pensasse na possível festa. «Se ganharmos, o presidente da Junta dá feriado amanhã!», ouvia-se. Severino assistia, afastado mas sorridente.

A verdade é que acabaram por ser, mesmo, os comandados de Augusto Inácio a erguer o troféu. A quase 600 quilómetros do seu estádio, o Moreirense fez história, já que ganhou, pela primeira vez, uma grande competição em Futebol, para gáudio, tanto de Severino, como dos restantes adeptos que assistiram ao jogo no Estádio Algarve.

Se a festa ontem, no relvado e nas bancadas, já foi muita (com direito a champanhe, cachecóis ao alto e muitos gritos de campeão), prevê-se que hoje seja ainda maior, quando os grandes vencedores chegarem a Moreira de Cónegos, lá para as 17h00/18h00.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

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