«Migrações à Força» mostram-se ao ar livre em Ferragudo, Senhora da Rocha e Carvoeiro

Uma exposição de fotografias em grandes formatos, colocadas em locais públicos e ao ar livre pouco habituais, como as paredes […]

Migrações à força_1Uma exposição de fotografias em grandes formatos, colocadas em locais públicos e ao ar livre pouco habituais, como as paredes de um antigo forte ou um muro junto ao rio Arade, é um dos destaques do fim de semana de inaugurações dos Encontros de Fotografia de Lagoa (ENFOLA).

A exposição “Migrações à Força”, de fotografias de José Carlos Carvalho, Elisabete Maisão e da Autoridade Marítima Nacional/Polícia Marítima/FRONTEX, estará patente, a partir de amanhã, sábado, 16 de Julho, no Promontório de Nossa Senhora da Rocha, no Forte de Nossa Senhora da Encarnação, em Carvoeiro, na zona ribeirinha de Ferragudo e no edifício do Instituto de Socorros a Náufragos, de Ferragudo.

Mas amanhã serão ainda inauguradas as exposições «Descortinar» e a «Algarve Photographs Fair 2016», numa ronda que começa às 17h00, no Promontório da Senhora da Rocha, e termina no Real Compromisso Marítimo de Ferragudo.

Será neste edifício, recuperado no ano passado pela Junta de Freguesia de Ferragudo e situado junto à igreja matriz da vila, que se poderá ver «Descortinar», instalação fotográfica de João Tata Regala.

«Descortinar começou em 2012 como uma pesquisa sobre os conceitos de retrato e de nu, contornando os cânones estéticos usuais. Uma autêntica amostragem do mundo humano que me circunda, onde se busca a estética do nu per se, independente da forma corpórea», explica João Tata Regala.

«Descortinar é, para mim, uma viagem onde me forcei a amadurecer com a obra que a vida opera nos que fotografei. Retratar algo transversal a todos nós, como é o sermos corpo evidenciador do percurso vivido, é uma tarefa avassaladora, sentenciada à incompletude. É também uma meta comprometedora pois não me permite distanciar, ser observador passivo. É incontornavelmente uma grande parte de mim assim como de ti», acrescenta o autor.

No mesmo local, mas no rés-do-chão, abre a Feira de Fotografia do Algarve, com a apresentação e venda de trabalhos fotográficos dos coletivos «Aprendizes do Olhar» e «Cabeça Fora de Água», bem como trabalhos de Agostinho Teixeira, Bruno Gonçalves, Elisabete Maisão, Filipe da Palma e Pedro Noel da Luz.

«Aprendizes do olhar» é um projeto de aprendizagem da linguagem da Arte Fotográfica para jovens do ensino básico. O resultado deste caminho está presente e contextualizado nos trabalhos agora apresentados.

 

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O projeto foi desenvolvido no ano letivo 2015/2016 por alunos do 2º ciclo do Agrupamento de Escolas Padre João Coelho Cabanita – Loulé, no âmbito do protocolo estabelecido entre os ENFOLA, a Câmara de Lagoa, a Universidade do Algarve e a Delegação Regional de Educação do Algarve. Recebeu também o apoio da Câmara Municipal de Loulé.

Por seu lado, «Cabeça fora de água» é uma mostra de trabalhos fotográficos dum conjunto de jovens, crescidos em contacto com o digital e a internet, e que, em resultado de uma formação básica em cursos profissionais de Design Gráfico e de Multimédia, ensaiam um olhar fotográfico pessoal.

São «jovens que trabalhando a partir dos códigos dominantes nas redes sociais, com os seus filtros, os seus maneirismos e narcisismos, ou a eles se opondo, ensaiam emergir do “oceano” visual e tateiam caminhos».

Depois desta ronda de inaugurações no sábado, segue-se, na segunda-feira, dia 18, a abertura de «Olhares sobre o Algarve», uma mostra de livros de fotografia, que pode ser vista até 4 de Setembro no Arquivo Municipal de Lagoa.

«Olhares sobre o Algarve» é (principalmente) o Algarve em livros de fotografia. «Assumiu-se, como objetivo principal, reunir numa coleção todos os livros de fotografia já editados e que tiveram a região como tema central. Estando essa tarefa em avançado estado de execução, é tempo de começar a torná-la pública, através de uma mostra e respetivo catálogo», salienta a organização dos ENFOLA.

É que, salienta a organização, «um livro de fotografia é uma forma ímpar de imortalizar as melhores imagens. E também de as fazer chegar mais longe, muito mais longe, na dupla extensão do tempo e do espaço».

Além disso, «um bom livro é sempre, quase eternamente, um objeto de culto e colecionismo. E, logicamente, também o é para construir e celebrar a imagem e até a identidade, sensu lato, de um povo ou sociedade, de uma região ou território».

Os livros de fotografia têm vindo a conquistar uma posição relevante no mundo da fotografia de autor, seja ela documental ou criativa. «Hoje, a fotografia já não existe sem os seus livros, ou photobooks, num processo que se parece impor à vulgarização e até à banalização dos milhões de novas imagens digitais que diariamente são produzidas. O lixo digital esvai-se pela web e encontra a sua última morada num qualquer servidor incógnito. Por oposição, as melhores imagens são impressas, expostas, imortalizadas. Mas, naturalmente, a realidade quotidiana não é tão linear. Boas imagens ficam, infelizmente, por passar a papel fotográfico, imagens de interesse oblíquo e periférico são publicadas…»

Para ver, no Parque Municipal do Sítio das Fontes, perto de Estômbar, continua patente até 4 de Setembro a mostra «Algarvios», de Vitor Pina, que abriu esta terceira edição dos Encontros de Fotografia de Lagoa.

Clique aqui para saber tudo sobre os Encontros de Fotografia de Lagoa

 

Programa de inaugurações sábado, 16 de Julho

17h00 – Promontório de Nossa Senhora da Rocha, em Porches.
17h45 – Forte de Nossa Senhora da Encarnação, em Carvoeiro.
18h30 – Zona ribeirinha de Ferragudo e edifício do ISN de Ferragudo.
19h15 – Real Compromisso Marítimo de Ferragudo.

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