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Já quase nada resta do antigo poço de Boliqueime, arrasado para construir uma nova rotunda na EN125

A empresa Infraestruturas de Portugal (IP) garante que não autorizou a destruição da Fonte/Poço de Boliqueime, para a construção de uma nova rotunda na EN125, demolição que ontem motivou uma dura carta aberta do presidente da Câmara de Loulé, acusando a empresa de «atentado à memória pública».

Em esclarecimento, a IP diz que «não autorizou a destruição da Fonte de Boliqueime» e que irá analisar «com a máxima urgência» esta questão «no âmbito da subconcessão», atribuída à concessionária privada Rotas Litoral do Algarve, responsável pelas obras em curso.

Ontem, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, em carta aberta enviada aos órgãos de informação, disse que a Infraestruturas de Portugal (IP) «deu uma péssima imagem do que deve ser a preservação de um património que assume sobretudo um carácter simbólico para as populações».

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Vítor Aleixo lamentou que a destruição da Fonte/Poço de Boliqueime seja agora apresentada como um «facto consumado», não tendo a empresa pública «consultado os órgãos autárquicos em devido tempo».

Isto apesar de o poço de Boliqueime ser, desde «há muitas décadas», sublinhou o autarca, «motivo de interesse e identificação dos naturais» daquela localidade, bem como do concelho de Loulé.

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Poço de Boliqueime a ser destruído

Ora, esclareceu o edil, «a Câmara Municipal de Loulé não acompanha esta atitude destruidora e lesiva do património material e imaterial da população e vem demarcar-se totalmente da intervenção que está a ser realizada nessa localidade, assim como das demais que estão a decorrer, nas quais se incluem as rotundas projetadas que ignoram os legítimos interesses dos particulares, desenhando soluções que, de todo em todo, comprometem o atravessamento da Via (EN 125), separando-o transversalmente e criando nesse sentido dificuldades à circulação dos peões».

A autarquia de Loulé, frisou, «não se revê na política que está a ser seguida pela Infraestruturas de Portugal, assim como pela sua concessionária Rotas do Algarve Litoral».

Criticando também a falta de concertação entre aquelas entidades, que impediu coordenar a requalificação da EN 125 com as obras na rede de saneamento básico que a Câmara quer fazer, Vítor Aleixo disse que o resultado será o prolongamento das obras e o maior gasto de dinheiros públicos.

Por tudo isto, o presidente da Câmara louletana considera que a Infraestruturas de Portugal promove um «planeamento de geometria variável», que «não atende às necessidades locais, como é, aliás, bem notório em outros Municípios do Algarve, com o não prosseguimento de obras tão necessárias e que deixam uma enorme ferida na paisagem».

Este «planeamento de geometria variável», salienta o autarca, está «em plena rota de colisão com o que se pretende de uma via que se tem apregoado como alternativa à Via do Infante, mas que, cada vez está mais longe de o ser, mormente quando não se ouvem os municípios envolvidos, dando-lhes apenas a conhecer o facto consumado».

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Poço de Boliqueime destruído

A Câmara Municipal de Loulé «não só se insurge, como denuncia publicamente esta situação e disso dará conhecimento à tutela governamental», remata Vítor Aleixo.

Neste momento, pelo que o Sul Informação constatou hoje no local (ver fotos) já nada resta do antigo poço ou fonte de Boliqueime, que até deu nome à localidade atravessada pela EN125.

O Poço ou Fonte de Boliqueime esteve até na origem de uma curiosa polémica, no fim dos anos 80, quando o mais célebre filho da terra, Aníbal Cavaco Silva, foi eleito primeiro-ministro. Coincidência ou não, foi nessa altura que a localidade, que até então sempre se tinha chamado Poço de Boliqueime, foi promovida a Fonte de Boliqueime.

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