“Chuva” das Quarântidas é a “estrela” do céu de Janeiro

O arranque de mais um ano de efemérides astronómicas é marcado pelo quarto minguante na madrugada de dia 2. Neste […]

chuva-de-estrelasO arranque de mais um ano de efemérides astronómicas é marcado pelo quarto minguante na madrugada de dia 2. Neste dia, a Lua, o nosso satélite natural, encontra-se no seu apogeu, o ponto da sua órbita mais afastado de Terra.

Em contrapartida, perto do final do dia, a Terra atinge o seu periélio: o ponto da sua órbita mais próximo do Sol.

Apesar disso, como nesta altura do ano o hemisfério Norte não está virado para o Sol, nesta parte do globo os dias são mais curtos do que aquando do afélio (ponto da órbita terrestre mais próxima do Sol), altura em que tal acontece. Deste modo, em Portugal o periélio ocorre no inverno.

Na noite de dia 3 para 4, terá lugar o pico de atividade das Quarântidas. Em condições ideais, esta chuva de estrelas permite observar algumas dezenas de meteoros por hora, os quais parecem surgir de uma parte do céu (o radiante) que pertence hoje em dia à constelação do Boieiro.

Esta chuva de meteoros deve o seu nome à constelação Quadrans Muralis, atualmente fora de uso, que ocupava essa mesma região do céu.

A melhor maneira de observar os meteoros é olhando para uma parte escura do céu que se situe a cerca de 90° do radiante, e não diretamente para o radiante.

Ao longo de todo o mês, podemos ver como Vénus se vai deslocando aos poucos para leste, ultrapassando Saturno no dia 9. Junto a eles, iremos encontrar uma estrela que pela sua cor e posição é conhecida como o coração da constelação do Escorpião: Antares.

Na madrugada de dia 10, a Lua apresentar-se-á na direção do Sol, dando lugar à Lua Nova. Já ao final desse dia, a Lua ter-se-á deslocado até ao pé de Mercúrio, que, por estes dias, está numa direção muito próxima da do Sol. Assim, este planeta apenas será visível no último terço do mês, altura em que irá nascer pouco antes do amanhecer.

O quarto crescente terá lugar na noite de dia 16. Por esta altura, a Lua encontra-se na constelação dos Peixes.

Na madrugada de dia 20, o nosso satélite já terá chegado ao pé da estrela Aldebarã, o olho da constelação do Touro, chegando mesmo a ocultá-la.

Infelizmente,esta ocultação lunar apenas será visível na Região Autónoma dos Açores (por volta da 3 horas e meia da madrugada).

Por seu turno, a Lua Cheia terá lugar na madrugada de dia 24, junto à constelação do Caranguejo.

Na última semana do mês, podemos apreciar como a Lua se vai deslocando desde a proximidade da estrela Régulo, na madrugada de dia 26, passando por Júpiter, na madrugada de dia 28, até à vizinhança estrela Spica, da constelação da Virgem, na madrugada de dia 30.

Boas observações!

 

Autor: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

 

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