Albufeira pode vir a ser declarada como «zona crítica de cheias», anunciou esta terça-feira o secretário de Estado do Ambiente, depois de uma reunião com os presidentes daquela autarquia e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), entre outras entidades.
Paulo Lemos acrescentou que o Governo está a trabalhar, com a Câmara de Albufeira, na elaboração de um plano de prevenção de cheias para aquele concelho.
«Neste momento, tendo em conta tudo o que aconteceu nos últimos dias, haverá condições para que Albufeira seja considerada uma zona de risco de cheia», disse o secretário de Estado.
Tal classificação, acrescentou, envolve a realização de obras e a implementação de sistemas de alarme prévio, bem como «eventualmente», implicar «relocalizações de alguns estabelecimentos que estejam em zonas de risco».
Até agora, Albufeira não fazia parte da lista de 22 zonas consideradas de risco quanto a inundações, elaborada pela APA. Paulo Lemos explicou que essa classificação é feita segundo certos critérios, que, quando foi feita a lista, Albufeira não reunia, «tendo em conta o histórico das inundações».
O governante salientou que os dados apontam para que, no passado domingo, se tenha estado perante uma «cheia centenária», cuja ocorrência é impossível evitar. De facto, tal como o Sul Informação publicou no domingo, a última grande inundação da cidade teve lugar há cerca de 65 anos, um período mais curto, mas ainda assim dentro do que define a «cheia centenária».
«Este tipo de cheias não podia ser evitado, mas sim os seus efeitos tão gravosos, tudo o que se tivesse feito só minimizava os impactos desta cheia», disse.
Paulo Lemos referiu a hipótese de fazer «bacias de retenção» ao longo das ribeiras que afluem a Albufeira, de modo a diminuir «o impacto da água» e a fazer «com que haja maior capacidade de absorção por parte das estruturas».
No entanto, sublinhou, tais obras só poderão avançar quando estiverem feitos os estudos necessários.
Nesse sentido, o Ministério do Ambiente e a Câmara de Albufeira vão agora trabalhar num projeto que será candidatado ao Fundo Português de Recursos Hídricos, que tem um eixo específico para ações de controlo de cheias.
