Exposição «Apetites» abre a 7 de Novembro na Biblioteca de Silves

A exposição “Apetites”, de Alexis, será inaugurada no átrio da Biblioteca Municipal de Silves, no dia 7 de novembro, às […]

LCD expo31A exposição “Apetites”, de Alexis, será inaugurada no átrio da Biblioteca Municipal de Silves, no dia 7 de novembro, às 16h00. A mostra ficará patente até dia 30.

Alexandra Inácio dos Santos, Alexis para os amigos, nasceu em 1979, em Silves, e por ali vive.

Exerce a profissão de Designer de Comunicação, sendo licenciada nessa área. Tem um gosto especial pela ilustração e pelo artesanato de autor, o que a levou a realizar já inúmeras exposições pelo país. O sentido/sentimento da imagem são a engrenagem do seu trabalho.

E o que é esta exposição «Apetites»? A autora explica: «a nossa ligação com a comida pode ser meramente fisiológica, mas raramente o é. Temos de nos alimentar para sobreviver. Mas é só por isso que comemos?»

Esta não é uma exposição sobre nutrição, nem sobre alimentos. Ou talvez seja! É de artesanato de autor, de ilustração e o design gráfico também está por aqui. Afinal é uma exposição para saborear, porém de uma forma ingrata: sem comida, a ver.

A comida não só é vital, como é uma parte importante dos nossos rituais e das nossas tradições. A alimentação humana requer uma cadeia de ligações (produção – troca – consumo) que, de tão estabelecida e enraizada, se tornou quase invisível.

«Clotilde de Moreira é cozinheira há 27 anos, os seus tachos todos os dias alimentam 35 pessoas, clientes habituais lá do tasco. Compra os legumes à Luísa Valente e por vezes ao Tiago Maia, as carnes vêm lá do Talho Leite, propriedade da Teresa Brito, o pão é o José Vicente que fornece e o peixe, quando vem da Doca, é trazido pelo Manuel Monteiro. O Sr. Victor come neste tasco três dias por semana e nunca ouviu falar de nenhuma destas pessoas, nem sequer da D. Clotilde, ele só conhece o Ricardo Alves (Ric para a maioria das pessoas), que lhe coloca a comida à frente e recebe a conta. Quarta-feira o Sr. Victor leva umas farófias para a esposa Eduarda, que delira só de pensar nelas. Escusado será dizer que a Sra. Eduarda nem sequer o Ric conhece, ou alguma vez dedicou um minuto a refletir que os ovos são comprados num mercado abastecedor que os recebe de um avicultor… »

São estes «apetites que nutrem os relacionamentos de personagens com a confeção culinária, apetites que alimentam os prazeres gustativos, apetites que têm de ser cultivados, comprados, produzidos, cozinhados. Apetites que nos relacionam».

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