Ilhéus protestam na Ria acalentados por promessa de desafetação dos núcleos

A plataforma «Je Suis Ilhéu», de contestação às demolições nas Ilhas-barreira da Ria Formosa vai efetuar um novo protesto, este […]

Protesto Passos Coelho Aniversario RTA_3A plataforma «Je Suis Ilhéu», de contestação às demolições nas Ilhas-barreira da Ria Formosa vai efetuar um novo protesto, este sábado, desta vez na Ria Formosa.

Os ativistas anti-demolições farão uma marcha lenta de barco pelos canais da zona lagunar, entre Faro e Olhão, numa altura em que já receberam a promessa do PS de que irá desafetar os núcleos habitacionais das ilhas do Domínio Público, caso venha a formar Governo.

Os manifestantes vão fazer-se à Ria às 10 da manhã de hoje. O protesto começará no Cais da Porta Nova, em Faro, passará nos diferentes núcleos habitacionais da Ilha da Culatra (Farol, Hangares e Culatra), para engrossar fileiras, terá o seu ponto alto junto aos Mercados Municipais de Olhão e no Cais do T, ali próximo e irá, posteriormente, passar na Barra do Lavajo, entre as Ilhas da Armona e Culatra, antes de regressar a Olhão.

O protesto contará com a presença do presidente da Câmara de Olhão António Pina, de dirigentes da Associação de Moradores da Ilha da Culatra e de habitantes dos diferentes núcleos habitacionais da Ria Formosa.

Desta vez, aqueles que contestam o avanço das demolições da Sociedade Polis Ria Formosa terão um renovado alento, já que, segundo José Lezinho, que vem representando os habitantes do núcleo dos Hangares nos protestos, o deputado socialista Miguel Freitas esteve recentemente na Culatra e prometeu «pôr no papel o compromisso de criar concessões para os diferentes núcleos, caso o PS ganhe as próximas eleições legislativas», que decorrem ainda este ano.

Ou seja, o PS compromete-se a criar para os núcleos habitacionais que ainda estão em Domínio Público Hídrico um regime semelhante ao que já existe para a parte central da Praia de Faro (gestão municipal), e também numa parte do núcleo do Farol, na ilha da Culatra (Docapesca).

Ria FormosaUma garantia em harmonia com aquela que tem sido a posição assumida pelos socialistas, em relação às demolições nas ilhas. O parlamentar eleito pelo Algarve Miguel Freitas defende, há muito, a suspensão das demolições na Ria Formosa e até já apresentou uma proposta, nesse sentido, na Assembleia da República, que acabou chumbada pela maioria PSD/CDS-PP, à semelhança de outros projetos de resolução similares, apresentados pela CDU e pelo BE.

Mas, admitiu José Lezinho, esta promessa valerá de pouco aos habitantes dos núcleos dos Hangares e do Farol, da Ilha da Culatra, a grossa maioria dos quais já foram notificados para retirar os seus pertences das casas que ali têm, para que a Polis avance com as demolições.

Nestes dois núcleos, onde haverá mais de 350 habitações, apenas deverão ficar de pé três casas, consideradas de 1ª habitação, após a Sociedade Polis concluir o processo de renaturalização.

Já no núcleo da Culatra, o mais populoso da ilha com o mesmo nome, não haverá, para já, demolições, depois de o Governo garantir que a Polis não irá intervir naquela localidade.

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