Universidade do Algarve já tem parceiros no Japão e quer mais

A Universidade do Algarve (UAlg) está a apostar na internacionalização e foi (literalmente) bem longe no esforço que está a […]

António Branco assinou protocolos com Universidades japonesas_1A Universidade do Algarve (UAlg) está a apostar na internacionalização e foi (literalmente) bem longe no esforço que está a fazer, nesse sentido.

O reitor da UAlg esteve no Japão, onde assinou dois protocolos de colaboração com outras tantas universidades locais, esta quinta-feira, que se pretende que sejam os primeiros de vários acordos com instituições do Oriente.

António Branco integrou a comitiva da visita oficial de três dias que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho realizou ao Japão e aproveitou a ocasião para formalizar memorandos de entendimento com as Universidades de Kinki e de Hokkaido, numa cerimónia que teve lugar em Quioto.

A natureza dos dois acordos é distinta, já que a colaboração com a Universidade de Kinki, que também envolve o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, se fará ao nível da investigação, nomeadamente da produção de atum em aquacultura, enquanto o protocolo com a Universidade de Hokkaido visa a promoção da mobilidade de estudantes, docentes e investigadores entre os dois países.

Antes de começar a longa viagem de regresso ao Algarve, o reitor da UAlg falou com o Sul Informação e com a Rádio Universitária do Algarve RUA FM sobre os acordos que firmou e os planos futuros da instituição, no campo da internacionalização.

«Nós estamos a trabalhar, sobretudo, em dois planos. No regional, porque é aí, a nível nacional, que nós podemos crescer mais. E no plano internacional, porque temos um potencial por concretizar. Esta viagem, insere-se, justamente, nesse segundo eixo de internacionalização da universidade», referiu António Branco.

António Branco: “Penso que há todas as condições para que os dois protocolos possam resultar e, a partir daí, atrair outras universidades japonesas que possam querer fazer acordos de colaboração connosco”

A UAlg já conta com estudantes de cerca de 50 nacionalidades, que vieram estudar para a região ao abrigo de programas e acordos de intercâmbio internacionais, e quer continuar a atrair ativos de outros países. E, apesar da distância, o Oriente é uma aposta para o futuro.

«Estamos a preparar, neste momento, protocolos com duas universidades chinesas, mas que ainda não estão prontos para ser assinados. O que nós queremos, para já, é que os dois acordos que assinámos no Japão deem resultado, porque são eles que vão servir de teste e experiência. Se correr bem, podemos repetir, se algo não correr tão bem, podemos aprender com eventuais problemas e corrigi-los, na vez seguinte. Mas eu penso que há todas as condições para que os dois protocolos possam resultar e, a partir daí, atrair outras universidades japonesas que possam querer fazer acordos de colaboração connosco», disse.

António Branco não esconde que há diferenças culturais  significativas, que fazem diferir os acordos com universidades de países daquela zona do planeta com outras, por exemplo, da Europa.

«Embora haja a ideia de que o Japão e Portugal têm uma proximidade cultural e histórica, a verdade é que vivemos bastante distantes uns dos outros, a todos os níveis, não apenas no geográfico. Temos de avançar com cautela, mas com determinação, neste tipo de protocolos, porque são duas culturas muito diferentes que se encontram», considerou.

«Mas estou convencido que iremos começar a obter resultados neste ano que se segue à assinatura dos protocolos», acrescentou.

António Branco assinou protocolos com Universidades japonesas_2O que é certo é que, pelo menos num caso, o processo foi construído da base para o topo, já que a colaboração entre a UAlg e a Universidade de Hokkaido, apesar de apenas ter sido formalizada ontem, já começou em 2013, fomentada por professores e investigadores das áreas do mar e da química. Algo que prova o interesse dos elementos de ambas as academias em colaborar.

Neste caso, a cooperação está bastante avançada e já houve «diversas reuniões de parte a parte, nomeadamente com a ida de elementos da UAlg ao Japão».«Sei que está já prevista a vinda de uma delegação do Japão à Universidade do Algarve», disse, ainda.

«O Reitor da Universidade de Kinki também mostrou muito interesse em visitar o Algarve, mas não ficou, para já, uma data acordada. Mas acredito que se realizará nos próximos tempos», revelou o reitor da UAlg.

 

O Oriente chegará ao Algarve via Erasmus+

António Branco assinou protocolos com Universidades japonesas_3«Penso que o que é mais interessante, neste momento, para as universidades do Oriente, é a possibilidade abertas pelo Erasmus+. Porque há a possibilidade de candidaturas conjuntas a Fundos Europeus. Está uma linha aberta de fundos europeus para colaboração com o Japão, a que nós nos candidatámos. Se for aprovado, como tudo indica que seja, este projeto permitirá deslocações de professores para reuniões, porque estas coisas têm de ser feitas com muito trabalho», disse.

Em causa está a dinamização do protocolo, mas não só. «Também é preciso perceber que tipo de alunos estão interessados em vir estudar para o Algarve e quais os nossos alunos que gostariam de estudar no Japão», ilustrou.

O interesse na mobilidade é, de resto, mútuo, já que «falar de mobilidade, é falar de formação avançada, algo que não se faz sem investigação». «A vinda de alunos para estudarem na Universidade do Algarve em cursos de mestrado e doutoramento implica, também, a troca de investigação», disse.

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