Chuva de estrelas de agosto será ofuscada pela Lua Cheia

Durante este mês de agosto, normalmente sinónimo de férias e céus limpos, há algo para ver no céu, tanto para […]

figura 1Durante este mês de agosto, normalmente sinónimo de férias e céus limpos, há algo para ver no céu, tanto para madrugadores, como para “corujas”.

Saturno e Marte estarão visíveis ao anoitecer, embora não fiquem acima do horizonte muito tempo depois do pôr-do-Sol. Durante este mês, os dois planetas irão aproximar-se um do outro.

Já Vénus estará visível antes do amanhecer, com Júpiter a juntar-se a ele, na segunda semana de agosto. No entanto, estes dois planetas estão em rotas contrárias, com Júpiter a afastar-se do Sol, e Vénus a aproximar-se da nossa estrela.

No dia 1, Júpiter estará a apenas 5 graus do Sol, não sendo por isso visível, mas no dia 31 estará quase a 30 graus de distância da nossa estrela.

No dia 3, a Lua estará entre os planetas Marte e Saturno. No dia seguinte, atinge a fase de Quarto Minguante, estando muito perto de Saturno. Na realidade, o planeta dos anéis irá mesmo ser ocultado pela Lua, mas isso irá ocorrer pelas 10h30, pelo que não será observável em Portugal.

Figura 2: O céu virado a Nordeste, perto da meia-noite do dia 12 para 13, com a Lua quase Cheia a dominar o céu. O radiante da Chuva de Estrelas das Perseidas estará visível acima do horizonte, pouco depois das 22h00.  (Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)
Figura 2: O céu virado a Nordeste, perto da meia-noite do dia 12 para 13, com a Lua quase Cheia a dominar o céu. O radiante da Chuva de Estrelas das Perseidas estará visível acima do horizonte, pouco depois das 22h00.
(Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)

Infelizmente, no dia 10 a Lua estará Cheia. Isto porque apenas dois dias depois, na noite de 12 para 13, ocorrerá o pico da chuva de estrelas das Perseidas. Esta é uma das maiores chuvas de meteoros do ano, com até cerca de 100 meteoros por hora visíveis durante o máximo, em céus escuros. Com a Lua quase cheia a iluminar o céu, certamente que o número de meteoros visível será inferior.

De qualquer maneira, quem arriscar certamente conseguirá ver alguns meteoros a cruzar o céu. O pico de atividade está previsto entre as 20h00 do dia 12 e as 9h00 do dia 13, com maior probabilidade de ocorrer próximo da meia-noite.

O radiante das Perseidas (o ponto de onde parecem emanar os meteoros), aparecerá acima do horizonte, a Nordeste, perto da meia-noite.

Dia 17, a Lua alcança o Quarto Minguante e dia 18, Vénus e Júpiter estarão em conjunção (o ponto de maior aproximação, no céu), ao amanhecer.

Nos dias (e noites) de 22 e 23, ocorre a Star Party Alqueva, em Monsaraz, em plena Reserva Dark Sky Alqueva. São muitas as atividades a decorrer durante os dois dias.

Figura 3: O céu ao anoitecer do dia 22, virado a Sudoeste, e como é possível ver na região da Reserva Dark Sky Alqueva. Nesta região, o céu com muito pouca poluição luminosa apresenta muito mais estrelas que o céu das cidades. (Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)
Figura 3: O céu ao anoitecer do dia 22, virado a Sudoeste, e como é possível ver na região da Reserva Dark Sky Alqueva. Nesta região, o céu com muito pouca poluição luminosa apresenta muito mais estrelas que o céu das cidades.
(Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)

O Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, por exemplo, promove observação do Sol, sessões de planetário portátil digital, e é claro, observação noturna com telescópios.

No dia 23, a Lua passa a 6 graus de Júpiter e dia 24, a 6 graus de Vénus, alcançando a fase de Lua Nova no dia 25.

Dia 27, será a vez de Saturno e Marte estarem em conjunção, passando a apenas 3 graus um do outro. No dia 31, este duo passa a trio, com a Lua quase colada a Saturno, e a apenas 3 graus de Marte.

Boas observações.

 

Autor: Ricardo Cardoso Reis (Centro de Astrofísica da Universidade do Porto – CAUP)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

 

LEGENDA:
Figura 1: O céu a Sudoeste, ao anoitecer do dia 3, com Saturno, a Lua e Marte quase em linha reta no céu. Quase a mesma distância de Marte que está Saturno, mas para o lado oposto (e “esticando” a linha imaginária), vê-se ainda a estrela Espiga, na constelação da Virgem.
(Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)

 

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