Céu de Maio: Vénus será a “estrela” da manhã e Mercúrio a da tarde

No início do mês de Maio, a Terra atravessa o rasto de pequenas partículas deixadas pelo cometa Haley. Tal facto […]

No início do mês de Maio, a Terra atravessa o rasto de pequenas partículas deixadas pelo cometa Haley. Tal facto dá origem à chuva de meteoros das Eta Aquarídas, cujo nome se deve a que estes corpos parecem surgir de uma parte do céu (o radiante) próxima da estrela Eta da constelação do Aquário.

Na noite de dia 5 para 6 (período de maior atividade), espera-se que em locais realmente escuros se consigam observar no máximo umas poucas dezenas de meteoros por hora.

Na noite de dia 4 para 5, iremos encontrar a Lua ao pé de Júpiter, e na madrugada de dia 7 tem lugar o quarto crescente.

Dia 10, será possível ver a Lua junto a Marte. Além disso, Saturno situar-se-á na direção oposta à do Sol, isto é em oposição. Para além de este ser um dos instantes em que Saturno está mais próximo de nós, a sua face estará totalmente iluminada. Assim estamos numa excelente altura para o observar.

Já quatro dias depois o nosso satélite, na sua fase de Lua Cheia, irá passar na direção de Saturno. Aliás quem estiver em certas regiões da Austrália ou Nova Zelândia chegará mesmo a ver a Lua a ocultar este planeta.

Dia 21 ocorre o quarto minguante, e na madrugada de dia 25 a Lua irá passar junto a Vénus. Este último apresentar-se-á durante todo o mês como estrela da manhã.

Contrariamente, Mercúrio apresentar-se-á durante todo o mês como estrela da tarde, apresentando a sua maior elongação (maior afastamento angular relativamente ao Sol) no dia 25, estando a cerca de 23 graus para leste do Sol. Este planeta será visitado pela Lua na noite de dia 30.

Dia 28 dar-se-á a Lua Nova, e no dia seguinte o cometa 209P/LINEAR passará a pouco mais de oito milhões de quilómetros da Terra (5,5% da distância entre a Terra e o Sol). Apesar de esta ser uma das maiores aproximações de um cometa ao nosso planeta conhecidas, ele nunca chegará a ser visível a olho nu.

Mas a maior incógnita relativa a este astro está ligada a uma fração dos milhões de poeiras que se desprendem dele. Parte destas poeiras poderão mesmo chegar à Terra, dando origem a uma chuva de estrelas cujo radiante estará localizado na constelação da Girafa.

Dado o pouco que se conhece acerca deste cometa, é complicado fazer previsões relativamente à chuva de meteoros esperada para a madrugada de dia 24.

Assim enquanto alguns investigadores preveem a queda de algumas centenas de meteoros por hora, outros apontam para a possibilidade deste astro estar em vias de se tornar um cometa dormente (ou inativo), o que limitaria drasticamente este fenómeno.

Boas observações!

 

Autor: Fernando J.G. Pinheiro (GCUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

LEGENDAS DAS FIGURAS
Figura 1 – Céu a Sul pelas 22 horas de dia 10. Estão identificados alguns planetas, estrelas e constelações situadas nesta parte do firmamento. Igualmente é visível a posição da Lua nas noites de dia 4 e 14.

Figura 2 – Esquerda: Radiante da chuva de meteoros das Eta Aquaridas na noite de dia 5 para 6 (visto pelas 5 horas da madrugada). Direita: Radiante da possível chuva de meteoros da madrugada de dia 24.

 

 

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