Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility
emarp

Sul InformaçãoSempre me fascinaram as biografias de cientistas. Principalmente, porque elas mostram que os cientistas são pessoas comuns. Não são eremitas loucos e antissociais mas, muito pelo contrário, pessoas que vivem intensa e apaixonadamente as suas vidas.

Isto vem a propósito de uma autobiografia que acaba de ser publicada pela Gradiva na sua coleção “Ciência Aberta”. Trata-se da autobiografia do genial físico Stephen Hawking, conhecido mundialmente não tanto pela sua ciência, mas mais pela sua doença (esclerose lateral amiotrófica) que o remeteu desde os 21 anos a uma cadeira de rodas e mais tarde a uma comunicação com os outros através de um computador e sintetizador de voz.

Publicada originalmente em 2013 com o título “My Brief History”, esta autobiografia é publicada entre nós, como já se disse, na coleção “Ciência Aberta”, com o número 206 e com o título “A Minha Breve História”. A tradução,  excelente, diga-se, é de Pedro Elói Duarte, e a revisão científica do físico Carlos Fiolhais, que é, como se sabe, o atual diretor desta coleção da Gradiva.

inframoura cada gota importa

Stephen Hawking é o autor de um dos mais populares livros de divulgação científica de sempre, “Breve História do Tempo”, também publicado na “Ciência Aberta” com o número 27.

A presente autobiografia é de uma leitura muito agradável. As suas pouco mais de 100 páginas interiorizam-se como se fosse o próprio Stephen Hawking a conversar connosco. Numa linguagem simples, sintética e coloquial, é polvilhado aqui e acolá com uma ironia bem-humorada e está impregnado de uma modéstia que impressiona pela sua genuinidade.

Sul InformaçãoO livro também está bem servido de fotografias que compaginam a história de Hawking, desde a sua infância passada no pós-guerra londrino, até aos momentos atuais que testemunham a sua celebridade mundial.

O livro é um relato na primeira pessoa não só da vida deste físico teórico genial, hoje com 72 anos, mas também da própria história recente da física teórica e da cosmologia. Até porque Hawking é um dos principais protagonistas deste empreendimento científico em que a humanidade tenta compreender o universo, desde o Big Bang até ao momento presente.

Refira-se o contributo que Hawking deu ao conhecimento científico, nas suas próprias palavras: “O meu trabalho inicial mostrou que a relatividade geral clássica não se aplicava às singularidades no Big Bang e nos buracos negros. Mais tarde, mostrei como a teoria quântica pode prever o que acontece no princípio e no fim do tempo”.

É também um livro de divulgação de ciência para todos. “Penso que é importante que as pessoas tenham uma compreensão básica da ciência, a fim de que possam tomar decisões informadas num mundo cada vez mais científico e tecnológico”, pode ler-se quase no final do livro.

Com este livro, Hawking transmite-nos uma mensagem de esperança, perseverança e de amor pela vida. Mostra-nos como a doença incapacitante, com a morte a espreitar inúmeras vezes num horizonte próximo, não o impediu de ser um dos maiores cientistas de sempre, talvez o físico mais conhecido atualmente em todo o mundo, e professor Lucasiano de Matemática – a cátedra ocupada outrora por Isaac Newton – na Universidade de Cambridge.

O seu exemplo inspira-nos até ao universo.

 

Autor: António Piedade
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

jf-quarteira
zoomarine

Também poderá gostar

Dinossauros e paleontologos em Messines_er_01

Paleontólogos investigam fósseis de dinossauros com 230 milhões de anos em Messines e na Penina

IMAGEM-4

Com o sexo dos assobios, há um novo avanço para a agricultura do futuro

Nervous system neurology and brain nerve cells anatomy concept as human neuron function disorder symbol for multiple sclerosis or alzheimer disease or psychedelics science and with 3D illustration elements.

Duas descobertas sobre esclerose múltipla recompensadas com “Óscar da Ciência”