Nova ETAR Faro/Olhão poderá ser construída antes do previsto

Uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) intermunicipal, que sirva Faro e Olhão, construída antes do que estava […]

Uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) intermunicipal, que sirva Faro e Olhão, construída antes do que estava previsto e 500 mil euros para atacar o problema das descargas ilegais no sistema de águas pluviais em Olhão. Estas foram «as duas boas notícias» que o presidente da Câmara de Olhão levou esta quinta-feira a um plenário de viveiristas e mariscadores da Ria Formosa, que decorreu em Olhão.

Segundo António Pina, que é o representante da Comunidade Intermunicipal do Algarve – AMAL no Conselho de Administração da Águas do Algarve, na reunião deste órgão da passada terça-feira, foi decidido «começar o processo de construção de uma nova ETAR», que substitua as designadas por Olhão Poente e Faro Nascente, muito antiquadas.

À margem do plenário, onde fez este anúncio, o edil olhanense especificou ao Sul Informação que, para já, foi lançada a Avaliação Impacto Ambiental da localização da futura ETAR. «O primeiro passo é a aprovação do Estudo de Impacte Ambiental. O segundo, já depois de aprovada a localização, é a preparação do caderno de encargos e lançamento do concurso», revelou.

«Se não houver problemas na fase do impacte ambiental, é  expetativa do Conselho de Administração da Águas do Algarve, e foi isso que me foi transmitido, que até ao final de 2014 o concurso esteja adjudicado», disse o presidente da Câmara de Olhão.

A Águas do Algarve confirma, através da sua porta-voz Teresa Fernandes, que já está «em fase de apreciação o Estudo de Impacte Ambiental de uma futura ETAR Multimunicipal de Faro Nascente, que irá receber e tratar parte dos esgotos de Olhão, parte dos de Faro e os de São Brás de Alportel» e adianta que este esteve hoje «a ser apresentado na Agência Portuguesa de Ambiente APA, em Lisboa».

Já quanto a uma calendarização, não se compromete com um prazo para o lançamento do concurso e eventual adjudicação da obra. Esta «fase de análise do EIA é um primeiro passo para uma eventual decisão futura», disse.

A construção desta nova ETAR vem sendo falada há muito, já que a falta de capacidade das duas ETAR a ser substituídas, principalmente a situada em Faro, para tratar convenientemente as águas residuais para lá encaminhadas é há muito assumida. A sua construção estaria originalmente apontada para 2015 ou 2016.

Mas, segundo apurou o Sul Informação, esta  não é a única solução em cima da mesa. Uma possibilidade que ainda não estará colocada de parte é desviar os esgotos que agora vão para a ETAR Nascente de Faro para a sua congénere situada junto ao Aeroporto de Faro, bem mais moderna e também para Olhão.

Esta seria uma solução para melhorar a situação no curto prazo, além de potencialmente mais barata, já que uma nova ETAR obrigaria a um investimento na ordem dos 14 milhões de euros.

 

Ambiolhão já está a estudar forma de atenuar poluição causada pela rede de pluviais

Outra boa notícia avançada aos mariscadores e viveiristas de Olhão foi o compromisso da Câmara de Olhão em atacar o problema «das descargas ilegais na rede de pluviais da autarquia».

A edilidade olhanense tem vindo a ser acusada, desde que as zonas de produção de Bivalves da Ria Formosa viram a sua classificação baixar – o motivo do plenário de hoje – de ser uma das principais poluidoras da zona lagunar, algo que não é rejeitado por António Pina. «Nós, na Câmara, assumimos a nossa responsabilidade», afirmou.

«Já começámos a estudar o processo dos principais emissários de pluviais, nomeadamente o da Docapesca, o do Cais T e o em frente à PSP», anunciou.

O problema não se resume a estas três condutas, admitiu o edil, mas são uma parte importante do problema. «Não podemos ter uma atitude demagógica e dizer que vamos resolver tudo. Este é um problema com mais de 20 anos», ilustrou.

«A Ambiolhão já contratou um engenheiro, que já está no terreno. Alguns de vocês já o viram a levantar tampas», da rede de pluviais, disse. «Espero que, no prazo de três meses, estejamos em condições de apresentar proposta concreta para atenuar este problema. Já há 500 mil euros guardados na Ambiolhão para tratar deste assunto», disse.

Com avanços em duas das questões «de fundo» que é necessário resolver, ao nível da qualidade ambiental da Ria Formosa, em Olhão, fica a faltar uma terceira: «a abertura de barras e limpeza dos canais».

No que toca a esta intervenção, a cargo da Sociedade Polis Ria Formosa, ainda não há novidades. Mas António Pina não deixou de salientar a sua importância, já que, na sua perspetiva, as dragagens vão «melhorar em 50 cento a qualidade da água».

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