Cerca de meio milhar de alunos da Escola Secundária de Vila Real de Santo António (VRSA) recusaram-se a ter aulas em 21 contentores provisórios, alegando «falta de segurança das instalações provocada pela intempérie da madrugada» desta sexta-feira.
A Câmara de VRSA veio a público denunciar a situação e solidarizar-se com a posição assumida por professores e alunos daquele estabelecimento de ensino. Os contentores continuam a ser utilizados, apesar de estarem já concluídas «duas dezenas de novas salas de aula».
«A situação vivida nesta sexta-feira, em que se registaram infiltrações e inundações nas instalações elétricas e sistema de ar condicionado dos contentores, atesta a preocupação da autarquia de VRSA, que já solicitou uma inspeção de urgência às condições de segurança da Secundária de VRSA», ilustrou a vice-presidente da Câmara de VRSA Conceição Cabrita, numa nota de imprensa.
A falta de segurança interrompeu as aulas «de cerca de metade dos mil alunos da escola», situação que leva a autarquia a defender, uma vez mais, a ocupação imediata das duas dezenas de novas salas de aula já concluídas e ainda não ocupadas devido a um impasse administrativo da Parque Escolar e do Ministério da Educação. O município vila-realense acusa mesmo a empresa de «deixar sem aulas meio milhar de alunos».
«Para o município de VRSA, os monoblocos que atualmente se encontram a funcionar como salas, reprografia, papelaria, cantina e bar estão a colocar em risco alunos, professores e funcionários, situação que já foi exposta à Autoridade para as Condições de Trabalho, à Proteção Civil, ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Educação», acrescentou a autarquia.
No início de janeiro, a autarquia «disponibilizou meios humanos para iniciar a transferência do material escolar dos contentores para as salas de aula já concluídas, iniciativa aplaudida pela comunidade escolar mas contestada pela Parque Escolar, que repôs todo o material nos contentores».
A requalificação da Secundária de VRSA, em funções desde 1963, foi integrada no Projeto de Modernização das Escolas Secundárias, promovido pela tutela e desenvolvido por aquela empresa. A empreitada foi orçamentada em 12 milhões de euros, tendo como duração prevista de execução o prazo de dezasseis meses.
«As intervenções deveriam ter ficado concluídas no final de 2011, mas a falta de pagamentos ao empreiteiro, os processos de redução de custos durante a obra, bem como o atraso na emissão de ordens de execução – por parte da Parque Escolar – provocaram o atraso das obras e a paragem dos trabalhos durante quase um ano», recordou a Câmara de VRSA.