Quase todos estamos fartos das meias-verdades dos políticos e de alguns canais de rádio e televisão. Para nos ludibriar, dão dados estatísticos que não foram coletados de forma correta, como os do turismo pelo INE. Ou dizem o que é irrelevante.
Dizem que chegam mais turistas estrangeiros ao Algarve. Mas muitos turistas que chegam ao aeroporto de Faro vão para a Espanha. Os nortenhos e alfacinhas que aqui vêm ficam poucos dias. Por dia, gastam menos, pois já não fazem refeições completas, apenas uma sopa ou um hambúrguer. Já não ficam em hotéis, mas em pensões. Em resumo, gastam menos, mesmo sendo mais pessoas, comparado a 2012, muito menos comparado a 2010.
O resultado tem sido desastroso, pois, prevendo a queda na faturação, com o aumento do IVA e a redução do crédito, quase toda a indústria algarvia do Turismo reduziu o pessoal e desta forma o atendimento é mais lento.
Agora, à última hora, recebem estagiários, menos caros do que profissionais, que, com muita teoria e pouca prática, desenrascam-se em vez de solucionar a variada plêiade de questões que os turistas trazem. Estes saem satisfeitos com a simpatia lusa, mas insatisfeitos com o atendimento.
O comércio há meses fala o mesmo: a quantidade de prendas não caiu, mas vendem objetos mais baratos, importados. Entre os produtos que deveríamos vender estão vinho, queijo, azeite virgem, fatos à medida, ourivesaria, olaria. Vendem bijutaria importada nas tendas das ruas. Já viu a quantidade de lojas fechadas?
Ao atrair o turismo de massa em vez de focar nos nichos e criar postos de trabalho, o Turismo de Portugal aumenta o desemprego, que traz desespero, criminalidade e matará a galinha dos ovos de oiro no Algarve.
Autor: Jack Soifer é consultor internacional e autor dos livros Como Sair da Crise, Algarve/ Alentejo – My Love e Ontem e Oje na Economia.
