Dar prioridade ao emprego e empreendedorismo, mantendo a aposta na ação social e na consolidação financeira, são as bases da proposta de Jorge Botelho, enquanto recandidato à presidência da Câmara de Tavira.
O autarca socialista apresentou oficialmente a sua recandidatura esta segunda-feira e quer elaborar um programa assente na participação da população.
Jorge Botelho anunciou que irá fazer «um conjunto de consultas à sociedade civil, nomeadamente entidades, associações e personalidades de Tavira», num processo que irá ter o seu ponto alto «no Fórum Autárquico que vamos promover a 1 de junho».
Deste evento, sairá aquilo que se pretende que seja um programa que integre diferentes sensibilidades e visões para o futuro do concelho, «na senda do que foi o Orçamento Participativo».
À partida, há um caminho que Jorge Botelho diz que tem vindo a seguir e do qual não pretenderá desviar-se. A consolidação financeira da autarquia, ponto que o autarca frisou na sessão de ontem, também será um tema central na proposta autárquica que o PS pretende apresentar.
Depois de frisar, no seu discurso, que a dívida da autarquia baixou de cerca de 29,5 milhões de euros para 21 milhões de euros, números «baseado na última auditoria feita às contas da Câmara», Jorge Botelho defendeu que a Câmara «só pode gastar aquilo que tem».
Isso não impedirá que se avance com investimentos.
Além da nova «Escola do Carmo, que em setembro abrirá as suas portas» e custará três milhões de euros, Jorge Botelho anunciou que a Câmara se prepara para avançar para a recuperação do Cine-Teatro António Pinheiro. «Por vezes temos de ser audaciosos, para conseguir captar fundos comunitários», disse.
Esta intervenção irá custar «4,4 milhões de euros», comparticipados «a 60 ou 65 por cento» e irá aproveitar a reta final do Quadro de Referência Estratégica Nacional 2007/13.
«Esta obra deverá estar finalizada até dezembro de 2015», data limite para a execução de projetos financiados pelo Quadro Comunitário de Apoio que termina este ano.
Também presente na sessão esteve o presidente da Federação do Algarve do PS, que considerou que Jorge Botelho se tem «sabido envolver nos grandes problemas e achar as soluções para Tavira».
«É o melhor candidato que poderíamos ter», resumiu António Eusébio.
Emprego, empreendedorismo e ação social
Outra das linhas mestras do programa a apresentar pelos socialistas, segundo Jorge Botelho, é a aposta no apoio social às famílias, algo que também passa pela promoção do emprego. «O emprego e o combate ao desemprego são por mim assumidos como a principal prioridade do próximo mandato», revelou.
O recandidato do PS à Câmara frisou o trabalho feito nos últimos quatro anos para tentar captar investimento e promover a criação de postos de trabalho. «Fizemos o trabalho de casa. Acabámos com a derrama e reduzimos taxas. Agora, é preciso que o Governo cumpra o seu papel», disse.
Para que possa haver investimento, Jorge Botelho defende que terá de se resolver os problemas «da limitação do crédito às empresas» e restabelecer «a confiança dos investidores». Algo que, defendeu, terá de ser um desígnio nacional. Já Tavira está «disponível, apta e preparada para acolher empresários».
Este será o principal ângulo de ataque aos problemas sociais do concelho, mas não impedirá ouro tipo de apoios, nomeadamente «nos transportes, alimentação, bens essenciais e educação».
«Não podemos tolerar que haja pessoas ao nosso lado que passem fome. Nem sempre se nota, mas há cada vez mais pessoas nessa situação. Daí a prioridade à área social», disse.
Considerando que quatro anos é pouco tempo para aplicar na totalidade um projeto autárquico, Jorge Botelho disse querer dar continuidade ao programa que apresentou em 2009, «melhorando alguns eixos e introduzindo novas propostas».
Entre as propostas a incluir estão a «requalificação da zona ribeirinha e dos parques empresariais». Apostas que vão no sentido de tornar Tavira mais atrativa, nomeadamente numa perspetiva turística e «durante todo o ano».